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Mianmar/Abertura

Partido de Aung San Suu Kyi é legalizado e poderá concorrer nas eleições

A justiça eleitoral de Mianmar, ex-Birmânia, reconheceu hoje a legalidade do partido Liga Nacional pela Democracia (LND), sigla histórica da opositora Aung San Suu Kyi. A decisão abre caminho para San Suu Kyi participar das eleições legislativas que serão realizadas daqui a alguns meses no país e demonstra uma nova etapa no processo de abertura lançado pelo governo local. Até pouco tempo atrás, Mianmar era um dos regimes mais fechados do mundo.

A líder pró-democracia Aung San Suu Kyi, em Mianmar.
A líder pró-democracia Aung San Suu Kyi, em Mianmar. REUTERS/Soe Zeya Tun
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Aung San Suu Kyi, prêmio Nobel da Paz, entrou para o LND em 1988. O partido de oposição ao governo militar teve seu registro caçado pela junta no poder em maio de 2010, logo depois de informar que boicotaria as eleições de novembro daquele ano. O boicote foi a estratégia escolhida por San Suu Kyi para denunciar votações manipuladas pelos militares.

Nos últimos dois anos, Mianmar entrou num processo de abertura política. Primeiro com a nomeação de um governo civil, ainda sob tutela militar, mas cujo presidente Thein Sein multiplicou as reformas, para tirar o país do isolamento internacional provocado por embargos ocidentais que sufocaram o regime e a população.

O governo civil promoveu emendas no código eleitoral de modo a flexibilizar dois pontos sensíveis. Deu aos prisioneiros políticos o direito de se associar a um partido, uma maneira de reconhecer que muitos militantes do LND ainda estão atrás das grades. Outro avanço notável é que o governo já admite discussões em torno da Constituição de 2008, criticada pela oposição por ter sido adotada sem debate.

San Suu Kyi, chamada carinhosamente pelos birmaneses de "Lady", está com 66 anos e se tornou um ícone mundial. Ela foi libertada em novembro de 2010 depois de passar boa parte dos últimos 21 anos em prisão domiciliar pelas suas convicções políticas e sua oposição ao regime de Rangun. Idolatrada pelos birmaneses apesar do destino imposto pelos militares, em 1990 o partido de San Suu Kyi humilhou os generais ao conquistar 392 das 485 cadeiras do parlamento. A junta não reconheceu o resultado. 

Para as próximas eleições legislativas, ainda sem data marcada, o LND decidiu adotar um novo logotipo eleitoral. O partido trocou o chapéu de bambu por uma ave de combate que olha para uma estrela brilhante, símbolo da revolução.

Recentemente, Mianmar obteve o acordo de países da região para assumir a presidência da Asean, o bloco regional, em 2014. Essa ascensão ao cargo mais representativo da organização marcará a reintegração de Mianmar à cena política internacional.

Outra prova de que Mianmar deve continuar nesse caminho de abertura política foi a recente visita da secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

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