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Primavera árabe

Egípcios fazem fila para votar nas primeiras eleições pós-Mubarak

Apesar de novos confrontos violentos entre manifestantes e policiais no Cairo nos últimos dias, as eleições legislativas começaram nesta segunda-feira como previsto. Os 32 milhões de eleitores do país podem escolher entre candidatos de cinquenta partidos diferentes. Os partidos islâmicos, com um programa focado na assistência social e no combate à corrupção, são apontados como favoritos. .

Egípcios fazem fila para votar nas eleições legislativas, no Cairo, nesta segunda-feira.
Egípcios fazem fila para votar nas eleições legislativas, no Cairo, nesta segunda-feira. REUTERS/Ahmed Jadallah
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Ayman Abdel Wahed, correspondente da RFI no Cairo

Os egípcios amanheceram nesta segunda-feira fazendo fila para votar nas primeiras eleições legislativas da era pós-Moubarak. A votação acontece em um contexto de tensão após os confrontos dos últimos dias na praça Tahrir entre manifestantes e policiais, que resultaram em 42 mortos e três mil feridos. 

O chefe do Estado-Maior, o marechal Hussein Tantawy, declarou ontem que os episódios de violência não afetariam o calendário das eleições e que as forças de segurança e o exército egípcio elaboraram um plano para proteger os locais de votação.

As eleições legislativas devem se estender até o dia 11 de janeiro e serão divididas em três etapas. A primeira fase, realizada hoje e amanhã, inclui 17 milhões de eleitores em nove províncias: Cairo, Alexandria, Fayyum, Assiut, Luxor, Mar Vermelho, Port Said, Damietta e Kafr El-Sheikh. Das 168 cadeiras dessa primeira rodada, 56 serão para candidatos independentes e 112 para candidatos filiados aos partidos políticos.

O presidente da comissão eleitoral, Abdel-Moez Ibrahim, anunciou no último sábado que o primeiro dia de votação seria supervisionado por mais de 4.500 juízes em sessões eleitorais por todo o país. De acordo com Ibrahim, mais de 100 mil expatriados egípcios que vivem no exterior já haviam votado. Um total de 350 mil cidadãos do Egito se registraram para votar nas embaixadas e consulados egípcios do mundo inteiro.

Forças islâmicas

Apesar de ainda serem considerados favoritos, os partidos islâmicos perderam força após a recente onda de protestos contra o governo militar na praça Tahrir. A decisão de não participar das manifestações fez com que os islâmicos perdessem credibilidade junto ao eleitorado. 

O fato de líderes de partidos islamistas e salafistas, uma corrente fundamentalista do Islã, terem instruído os eleitores muçulmanos a não votarem em candidatos liberais, que eles chamam de infiéis, também teve um impacto negativo na sua campanha eleitoral.

A imprensa egípcia apontou vários casos de candidatos islâmicos que violaram a lei proibindo o uso de slogans eleitorais religiosos, mas nunca houve nenhuma reclamação oficial sobre esse tema. 

 

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