Para França, comunidade internacional fracassou em combate à fome

O ministro francês da agricultura, Bruno Le Maire, reconhece que a comunidade internacional fracassou em evitar a fome no leste da África.

Mais de 30% dos somalianos são atingidos pela desnutrição REUTERS/African Union-United Nations

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Ministro francês da agricultura, Bruno Le Maire

"É insuportável e eu acredito que seja a prova de uma derrota da comunidade internacional há vários anos com a abordagem que nós tivemos da fome no mundo. É muito bom que haja uma reação de urgência, é mesmo indispensável. Era o sentido da reunião da última segunda-feira, mas além disso é preciso investir na agricultura dos países em desenvolvimento,” afirma.

A declaração feita um dia apos o encontro de urgência a pedido da presidência francesa do G-20 na capital italiana que teve a participação de representantes de 119 países, reforça a impotência dos organismos diante de um problema secular. A União Europeia anunciou uma ajuda de 100 milhões de euros. Outros 345 milhões de euros serão doados pelo Banco Mundial e 10 milhões de euros pela França para os programas humanitários .

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, estima que 1,1 bilhão de euros seja necessário durante um ano para socorrer 12 milhões de pessoas atingidas pela fome no Chifre da Africa. O Programa Mundial de Alimentação deve começar a distribuição aérea de alimentos em Mogadíscio, capital da Somália, a partir desta terça-feira, a prioridade será dada as crianças. Segundo a diretora do projeto, Josette Sheeran, em estado de desnutrição elas têm menos de 40% de chance de sobreviver.

Nos últimos 6 meses, passaram de 2,4 milhões para 3,7 milhões o número de pessoas que necessitam de ajuda humanitária apenas na Somália. No país, o mais atingido da região pela mais grave seca dos últimos 60 anos, a alta dos preços dos cereais foi de 270%. A taxa de desnutrição ultrapassa 30% da população e a taxa de mortalidade bruta se eleva a duas pessoas por dia a cada dez mil habitantes.