Mais de 200 pessoas teriam morrido em distúrbios pós-eleitorais na Nigéria
Segundo a Ong Civil Right Congress, o número de feridos poderia chegar a 400. Muhammadu Buhari, candidato do principal partido de oposição, o Congresso para a Mudança Democrática, que perdeu a eleição, exigia nessa quarta-feira o fim das violências e denunciava graves fraudes eleitorais no Sul do país.
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Ainda segundo responsáveis da Ong, cerca de mil pessoas foram presas somente na cidade de Kaduna, onde um cessar-fogo de 24 horas está em vigor. As autoridades locais já tinham declarado que as violências entre as comunidades muçulmana e cristã, tinham deixado mortos sem dar números exatos para não motivar represálias.
Os conflitos afetam 14 dos 36 estados da Nigéria, principalmente Kano, Kaduna e Sokoto, onde manifestantes muçulmanos queimaram comércios, igrejas e casas.
O principal candidato da oposição, o general Buhari, muçulmano do norte, região pobre do país, ficou em segundo lugar nas eleições com 31% dos votos. O presidente Goodluck Jonathan, um cristão do sul, região rica em petróleo, foi reeleito com 57% dos votos, segundo a Comissão Eleitoral Independente.
Buhari contesta a vitória de Jonathan mas diz que respeita os canais legais e pediu o fim da violência. “Na região petrolífera do delta do Níger e no sudoeste não houve realmente uma eleição. Os partidários da oposição não foram autorizados a votar”, afirmou o candidato à rádio americana Voz da América. Em alguns estados do sul, Jonathan teve 95% e 99 % dos votos.
Goodluck Jonathan era vice-presidente e assumiu o posto de chefe de Estado em maio de 2010 com a morte de seu predecessor muçulmano Umar Yar’Adua. A eleição, segundo observadores, pareceu mais honesta e transparente que as anteriores eleições no país, mas que os resultados anormalmente superiores a favor de Jonathan nos estados do Sul, geram dúvidas sobre o escrutínio.
Os Estados Unidos felicitaram na terça-feira à noite Goodluck Honathan por sua vitória e pediram que os resultados fossem respeitados.
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