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Costa do Marfim

Homem forte de Gbagbo morre em circunstâncias misteriosas

Désiré Tagro, ex-ministro do Interior e próximo do ex-presidente Laurent Gbagbo, morreu nesta terça-feira em circunstâncias ainda não esclarecidas. Tagro foi preso no dia anterior, junto com Gbagbo, na capital marfinense Abidjan. Ambos foram levados ao Hotel do Golfo, relataram uma fonte aliada do novo presidente, Alassane Ouattara, e um diplomata.

O presidente marfinense, Alassane Ouattara, em discurso na TV.
O presidente marfinense, Alassane Ouattara, em discurso na TV. REUTERS/TCI via Reuters TV
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O ex-ministro foi visto ferido ao chegar no hotel, sendo transferido para uma clínica em seguida, onde morreu na manhã seguinte. Pascal Affi N’Guessan, chefe do partido de Gbagbo, a Frente Popular Marfinense, afirmou à agência France Presse que Tagro foi assassinado com tiro, versão desmentida por simpatizantes de Ouattara. Segundo a fonte diplomática, Tagro tentou se suicidar com um tiro na boca durante sua prisão e teria morrido em decorrência dos ferimentos. Há ainda a versão de que ele teria sido espancado até a morte.

Tagro era um homem forte do regime que acaba de cair. Porta-voz presidencial e depois ministro do Interior, ele foi nomeado secretário-geral da presidência após o controvertido pleito de novembro de 2010. Gbagbo não aceitou os resultados, que apontaram Ouattara como vencedor, conflito que levou a um banho de sangue entre as forças dos dois oponentes. Os quatro meses da crise causaram pelo menos 800 mortos, na sua maioria em Abidjan, segundo a ONU.

Violência continua

No dia seguinte à queda de Gbagbo, a violência continuou na capital. Partidários de Ouattara empreenderam uma verdadeira caçada humana contra milícias, militares e simpatizantes do ex-presidente. Testemunhas falam em execuções sumárias.

Em Paris, um conselheiro de Gbagbo acusou a França de ter promovido um golpe de Estado para se apoderar dos recursos da Costa do Marfim, e insistiu em que os "elementos das forças especiais francesas sequestraram" o então presidente. Paris nega ter participado do assalto final contra a residência presidencial em Abidjan.
 

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