EUA participam em Hiroshima de homenagem às vítimas da bomba
Pela primeira vez um representante dos EUA participa das cerimônias em homenagem às vítimas do bombardeio de Hiroshima, em 1945. A bomba atômica lançada pelo exército norte-americano matou pelo menos 140 mil pessoas.
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O embaixador dos Estados Unidos no Japão, John Roos, participou das cerimônias em memória das vítimas da bomba atômica, lançada por um avião norte-americano sobre a cidade do sul do Japão, há 65 anos. Um gesto simbólico importante, pois é a primeira vez que um representante norte-americano toma parte das homenagens anuais.
A secretaria de Estado, Hillary Clinton, explicou que o presidente Barack Obama achou apropriado reconhecer o evento, principalmente no momento em que ele está empenhado em uma campanha contra a proliferação nuclear. Mas sem pedidos de desculpas. Os Estados Unidos sempre afirmaram que os bombardeios (de Hiroshima e, três dias depois, Nagasaki), eram necessários para colocar fim à Guerra.
Minuto de silêncio
Um minuto de silêncio foi observado às 8h15, horário local, momento exato em que a bomba, apelidada de “little boy” (menininho), era lançada sobre Hiroshima pelo avião Enola Gay. Depois de um discurso do prefeito Tadatoshi Akiba, mais de mil pombos foram soltos, simbolizando a paz. Representantes de mais de 70 países participaram do evento no Memorial da Paz, no centro da cidade. A França e Grã-Bretanha também enviaram representantes pela primeira vez.
A bomba de urânio « little boy » pesava mais de quatro toneladas e explodiu a dezenas de metros do solo, produzindo uma luz muito intensa em um raio de centenas de metros, com temperaturas de milhares de graus, e reduzindo seres humanos em cinzas. Estima-se que 140 mil pessoas morreram instantaneamente ou em consequência de queimaduras e radiações. Mais de 70 mil pessoas morreram em consequência da bomba de plutônio lançada em Nagasaki, a 300 km a oeste de Hiroshima.
De Hiroshima, Ricardo Souza, correspondente da RFI no Japão
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