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Brasil/Petrobras

Sindicatos preveem greve longa de trabalhadores da Petrobras

A mobilização crescente de trabalhadores à greve nacional dos funcionários da Petrobras pode levar a empresa a enfrentar uma paralisação histórica, estima a coordenação da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). A adesão já provoca cortes de produção de plataformas, refinarias e interfere em outras áreas de atividades da gigante brasileira do petróleo.  

Funcionários da Petrobras de diversos estados estão em greve por tempo indeterminado.
Funcionários da Petrobras de diversos estados estão em greve por tempo indeterminado. Wikipedia
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Deflagrada na quinta-feira 29), por cinco sindicatos vinculados à FNP, a greve teve a adesão no domingo da Federação Única dos Petroleiros, vinculada à CUT, que anunciou uma paralisação por tempo indeterminado. As duas entidades se mostram unidas na pauta de reivindicações. Elas denunciam as propostas da empresa que bloqueiam a assinatura de um novo acordo coletivo e também a gestão da companhia que é considerada prejudicial para o futuro da empresa.

Além de rejeitar a proposta de reajuste salarial de 8,11%, bem abaixo da reivindicação de 18%, os trabalhadores denunciam um “rebaixamento” de benefícios na proposta do novo acordo coletivo. “O plano retira uma série de direitos conquistados pelas categorias, como redução dos valores de horas –extras e extinção de benefícios como auxílio-farmácia”, explica Edison Munhoz Filho, coordenador de imprensa da Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros

Os grevistas também exigem a revisão do plano de desinvestimento da empresa que prevê a venda de ativos. “Não temos controle do que está sendo feito com outras empresas ligadas à Petrobras”, diz Munhoz Filho. Os sindicalistas também denunciam uma política de “desmonte da empresa”, com projetos de leilões , privatizações e mudanças nas regras para exploração do pré-sal, que, segundo eles, seriam prejudiciais à estatal brasileira de petróleo.

Operação Lava Jato

A greve também denuncia a paralisação de obras devido ao escândalo da Petrobras, que teria levado cerca de 30 mil trabalhadores para as ruas. “A operação Lava Jato, ao invés de prender simplesmente os corruptos e corruptores,teve outro viés, acabou paralisando os contratos. O viés é proposital, para travar financeiramente a empresa”, afirma Edison.  “A decisãod os congressos de ambas Federações de que a greve é em defesa da Petrobras como patrimônio nacional é fundamental”, segundo o sindicalista.

“Não interessa ao povo brasileiro nem à Petrobras esse desinvestimento e a diminuição das obras desse Brasil todo. Só leva a um maior desemprego. A Petrobras é a maior geradora (de empregos) do Brasil e do financiamento das obras do governo federal, do PAC. Ela é responsável por quase 14% do PIB.”, argumenta.

Greve histórica ?

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a greve já teria afetado 25% da produção da empresa. “A greve começou forte. Normalmente demora quinze dias para mobilizarem mais unidades. Já temos cortes de produção de plataformas e refinarias já no terceiro, quarto dia de greve, é inédito”, observa o sindicalista, completando que a greve cresceu rapidamente e está demonstrando que pode ser a maior da história da empresa, com um crescimento exponencial. "E a tendência é ficar mais forte, apesar de todo o esforço da Petrobras, atémesmo judicial, de tentar criminalizar a greve”.

“Não há atualmente na Petrobras nenhuma unidade de produção que não tenha corte de rendição ou com a produção alteradas. A cada momento temos notícia de cortes de unidades de produção. O movimento tem crescido muito, avalia o entrevistado, afirmando que a greve está se fortalecendo e é só o começo. "Tem muita guerra pela frente. A empresa vai enfrentar uma greve prolongada como ela não imaginava. Se a greve vier nesse ritmo de crescimento constante, vamos superar rapidamente a greve de 1995”, diz o entrevistado, em referência à maior paralisação já registrada pela empresa, que durou 32 dias.
 

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