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Linha Direta

Merkel aposta no enfraquecimento de Tsipras com referendo na Grécia

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O risco de uma saída da Grécia da zona do euro aumentou consideravelmente após a declaração da moratória ao Fundo Monetário Internacional (FMI), mas ambas as partes – governo grego e credores – querem evitar esse cenário. Na verdade, agora começa um período de incerteza no país, que tem o maior índice de desemprego da Europa – cerca de 25% – e uma dívida pública de quase 180% do PIB.

Eurogrupo se reúne hoje à tarde para discutir novo plano de ajuda proposto por Atenas.
Eurogrupo se reúne hoje à tarde para discutir novo plano de ajuda proposto por Atenas. REUTERS/Yannis Behrakis
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Com o não pagamento da dívida de € 1,6 bilhão nesta terça-feira, a Grécia passa a ser a primeira economia considerada desenvolvida a ficar em atraso com o FMI. E enquanto estiver devedora, fica impedida de receber novos financiamentos. Para pagar a dívida, Atenas precisava desbloquear os € 7,2 bilhões da última parcela do pacote de resgate concedido pelos credores internacionais.

Às vésperas do calote no FMI, a Grécia pediu um novo programa de ajuda financeira pelo prazo de dois anos e a reestruturação da dívida de € 321 bilhões. O premiê grego, Alexis Tsipras, teria solicitado € 29,1 bilhões como parte de um terceiro pacote de resgate ao país.

Merkel aposta em vitória do "sim" no referendo

A reação da Alemanha foi imediata. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse preferir esperar o referendo convocado por Tsipras no próximo domingo, dia 5. A estratégia de Merkel é apostar na vitória do “sim” a favor da negociação com a zona do euro, enfraquecendo o premiê grego que faz campanha pelo “não”.

Ontem, o Eurogrupo rejeitou a extensão do plano de ajuda financeira. Porém, eles voltam a se reunir nesta quarta-feira para examinar o novo programa de resgate dentro do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MES). Várias fontes próximas às negociações disseram que o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, disse ao Eurogrupo que seu governo cancelaria o referendo ou recomendaria aos eleitores que votassem a favor das negociações com os credores, caso os dois lados chegassem a um acordo.

Metade dos gregos vivem abaixo da linha de pobreza

O referendo de domingo será decisivo. A população grega – cuja quase metade vive abaixo da linha da pobreza – irá votar se aceita um novo plano de austeridade dos credores em troca de empréstimos ou se rejeita as exigências da União Europeia. A vitória do sim, inclusive, pode levar à renuncia do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras. Segundo as últimas pesquisas de opinião, 47% dos gregos deverão votar a favor das medidas de austeridade, e 33% contra.

 

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