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Reportagem

Brasil tem que abrir economia se quiser atrair investidores americanos

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A presidente brasileira Dilma Rousseff foi aos Estados Unidos para uma visita de trabalho, bastante calcada na busca de investimentos, principalmente da iniciativa privada. Uma ofensiva importante para o país retomar o caminho do crescimento, já que hoje os investimentos no Brasil estão na faixa dos 20% do PIB.

Peter Hakim, presidente emérito da think tank Inter-American Dialogue, em Washington.
Peter Hakim, presidente emérito da think tank Inter-American Dialogue, em Washington. LC
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Leticia Constant, enviada especial da Radio França Internacional a Washington

No contexto desta viagem mais econômica do que política da presidente Dilma, qual será a imagem que os Estados Unidos têm da economia do Brasil?

Para Peter Hakim, presidente da think tank Inter-American Dialogue, em Washington, a primeira palavra que vem à mente é “decepção”. “A potência do Brasil estava cada vez maior mas, a partir de 2011, a economia começou a desacelerar, então houve uma decepção. O Brasil prometeu tanto, e ficou como promessa, não tendo conseguido uma meta possível”, diz Hakim, observando que o país é a maior nação da América Latina e a maior potência, e que os investidores americanos estão muito interessados na sua economia.

Economia fechada

Hakim argumenta que mesmo havendo esse interesse por parte da iniciativa privada americana, é complicado investir no Brasil. “A economia do Brasil é muito fechada ao mundo. Das grandes economias, é a mais fechada”, reflete o analista, dizendo que não seria difícil atrair investidores americanos.

Se quiser obter investimentos estrangeiros, o Brasil teria que parar de dar a preferência às companhias nacionais. “O México e a China aprenderam isso, não se pode dar subsídios às companhias brasileiras, não se pode fechar contratos governamentais às companhias estrangeiras, tem que nivelar o terreno”, sugere Peter Hakim.

Para o especialista, a burocracia é outro problema. “Os regulamentos são muito difíceis, as leis estão ultrapassadas, além de todo o sistema de impostos que é um desastre, demora muitíssimo. Dilma sabe disso, Levy (o ministro da Fazenda) sabe disso, eles sabem o que deve ser feito. E, nesse momento, as reformas são absolutamente necessárias”, diz Hakim.

EUA também têm que mudar

O entrevistado faz questão de frisar que não é somente o Brasil que tem que mudar; os Estados Unidos também: “Os americanos, os mais ricos e poderosos do mundo, e o Brasil, o maior país da América Latina, têm um intercâmbio comercial péssimo. Os Estados Unidos também têm que se abrir, como, por exemplo, sobre o protecionismo agrícola e outros temas”, finaliza Peter Hakim, enfatizando que os americanos precisam ver o gigante sul-americano como potência mundial, e não regional.

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