Acessar o conteúdo principal
Imprensa francesa

EUA teriam estação de espionagem a poucos metros da sede do governo francês

O jornal Libération publica nesta quarta-feira (24) nove páginas sobre os métodos de espionagem da Agência de Segurança Nacional americana (NSA) na França, que poderiam incluir uma sofisticada estação de telecomunicações instalada no último andar da Embaixada dos Estados Unidos, em Paris. O prédio fica a apenas alguns metros do Palácio do Eliseu, sede do governo francês, e também dos ministérios do Interior e da Defesa, além da Assembleia Nacional.

Embaixada dos Estados Unidos em Paris.
Embaixada dos Estados Unidos em Paris. wikipédia
Publicidade

As revelações do WikiLeaks publicadas pelo Libération e pelo site Médiapart apontam que três presidentes franceses − François Hollande, Nicolas Sarkozy e Jacques Chirac − foram espionados pela agência americana entre 2006 e 2012.

Segundo o repórter Jean-Marc Manach − que não cita fontes −, a estação de espionagem teria sido instalada entre 2004 e 2005, no prédio da embaixada, em plena Place de la Concorde, no centro da cidade, para ser utilizada pelo Special Colletion Service (SCS), unidade comum da NSA e da CIA. Ainda segundo Manach, a construção seria coberta por uma lona especial adaptada para deixar passar sinais eletromagnéticos, pintada com janelas falsas.

80 estações pelo mundo

Em setembro de 2013, a revista alemã Der Spiegel teve acesso a um documento indicando que os Estados Unidos teriam 80 antenas deste tipo instaladas pelo mundo, sendo 19 na Europa, em cidades como Berlim, Genebra, Madri, Estocolmo, Viena e Varsóvia.

Segundo o Libération, as informações vazadas ontem pelo WikiLeaks não deixam claro se a estação da espionagem do topo da embaixada foi utilizada para obter os dados agora revelados. Os documentos falam em "escuta de satélite estrangeiro", métodos "não convencionais" e outras definições vagas.

Editorial

Em seu editorial intitulado "Desconfiança", o Libération afirma que desde que Julien Assange e Edward Snowden fizeram as primeiras revelações sobre os métodos de espionagem americanos, o assunto se tornou quase banal. O mundo descobriu que qualquer governo pratica a métodos semelhantes.

Porém, o Libération considera que, pela primeira vez, existem provas incontestáveis de que, desde 2002, os Estados Unidos ouvem as conversas privadas de presidentes franceses. Para o jornal, há uma grande diferença entre o interesse do governo americano em obter informações sobre o programa nuclear francês e ouvir as conversas privadas dos presidentes da República.

Segundo o Libération, os Estados Unidos adotaram práticas maciças de escuta depois dos atentados de 11 de setembro, com a justificativa de que eram uma necessidade para proteger os cidadãos.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.