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Linha Direta

Lideranças europeias se reúnem para definir o destino da Grécia no bloco

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Em uma última tentativa para salvar a Grécia, chefes de Estado e governo da zona do euro se reúnem em caráter extraordinário, nesta segunda-feira (22) em Bruxelas, para negociar um acordo entre Atenas e seus credores. Na mesa de negociações, uma nova proposta trazida pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.

Nova proposta de acordo será apresentada pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsiprasa  durante reunião extraordinária em Bruxelas nesta segunda-feira (22).
Nova proposta de acordo será apresentada pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsiprasa durante reunião extraordinária em Bruxelas nesta segunda-feira (22). REUTERS/Francois Lenoir
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Letícia Fonseca, correspondente da RFI em Bruxelas

A corrida para salvar a Grécia do colapso financeiro se intensificou nas últimas horas. Às vésperas do encontro de hoje, Tsipras se reuniu com ministros em Atenas e telefonou para a chanceler alemã Angela Merkel. O líder grego também adiantou ao presidente francês François Hollande e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker que traria à Bruxelas uma nova proposta.

Os detalhes do acordo só serão divulgados mais tarde. Mas, segundo uma emissora de televisão do país, o plano prevê a manutenção de três tipos de impostos sobre consumo de 6,5%, 13% e 23%. Além disso, Atenas estaria disposta a aumentar o imposto sobre alguns setores como hotelaria e de alimentos.

Em relação ao ponto de maior desacordo com os credores, as aposentadorias, Tsipras estaria disposto a acabar com as aposentadorias antecipadas a partir do ano que vem, poupando assim cerca de 200 milhões de euros.

Chances de sucesso

A reunião de hoje pode ser considerada uma vitória para Alexis Tsipras. Durante semanas, o premiê tem afirmado que a crise da dívida grega deveria ser resolvida pelos líderes da zona do euro. Mas, para que este encontro tenha uma real chance de sucesso, os detalhes do novo plano precisam estar bem costurados.

A missão está nas mãos dos especialistas financeiros dos credores – Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia – e do governo grego. É, sem dúvida, um momento decisivo para o país.

Há meses, o ponto de discórdia tem sido como o governo grego deve economizar no orçamento e quais reformas devem ser aplicadas. Os credores voltaram a afirmar que só irão liberar os fundos quando houver uma proposta viável e concreta.

Proposta grega

Até o momento, a única reação de Bruxelas foi positiva. Ela veio de Martin Selmayr, chefe de gabinete do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que tuitou que as novas propostas foram consideradas uma “boa base” de negociação pelos credores internacionais. O funcionário europeu comparou a proposta a um “parto a fórceps”. As concessões a serem feitas por Atenas devem gerar economia de 200 milhões de euros.

Protestos

Neste domingo (21), milhares de pessoas protestaram nas ruas de Atenas em apoio ao governo de Alexis Tsipras. Acredita-se que qualquer pacto que suponha romper com as promessas eleitorais feitas por Alexis Tsipras será uma traição para a população grega.

O governo de Atenas vem defendendo que não haverá mais austeridade, nem reestruturação da dívida. A população está bastante sofrida. Nos últimos anos, o Produto Interno Bruto caiu 27% e o número de suicídios aumentou, 35%.

Caso haja um acordo em Bruxelas, o pacto deve ainda passar pelo Parlamento grego e isso abriria uma nova crise política no país. Os últimos governos da Grécia foram incapazes de persistir por mais de um ano e meio no poder.

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