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Déficit francês e Ebola dominam as manchetes na França

Os jornais desta segunda-feira (13) destacam a mobilização internacional contra o Ebola e desdobramentos da crise econômica na França.

Capa do jornal francês Les Echos desta segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Capa do jornal francês Les Echos desta segunda-feira, 13 de outubro de 2014 lesechos.fr
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Les Echos conta que as medidas de controle e prevenção do vírus Ebola se intensificaram na última semana. Governos aumentaram as verificações nas fronteiras, portos e aeroportos, após a constatação que o vírus deixou a África e já contaminou duas enfermeiras, uma na Espanha e outra nos Estados Unidos.

Segundo o diário francês, análises genéticas mostram que o Ebola passou por várias mutações para melhor se adaptar ao homem e, por enquanto, os tratamentos contra a doença seguem no estágio experimental. Todos os laboratórios que testam medicamentos contra o Ebola não estão preparados para uma produção em larga escala. Com relação às vacinas em estudo, Les Echos diz que a mais avançada é a do laboratório britânico GSK (GlaxoSmithKline). Os testes com os primeiros voluntários africanos vão começar na segunda quinzena do mês.

A epidemia do Ebola deve causar um prejuízo de US$ 32 bilhões à África até o final de 2015, segundo cálculos do Banco Mundial.

Orçamento francês gera crise de bastidores

O orçamento francês de 2015, submetido à apreciação da Comissão Europeia, não vai respeitar o compromisso que o país havia assumido de redução do déficit público. O pacto de estabilidade do bloco fixa um teto de 3%, mas, neste ano, o déficit francês será de 4,3% do PIB e 4,4% em 2015.

Os ministros das Finanças da zona do euro se reúnem hoje para discutir orçamento francês e, segundo Les Echos, a França está disposta a enfrentar as pressões da Comissão Europeia. Sem crescimento e políticas de estímulo, os esforços para reduzir o déficit público vão pelo ralo, martela o governo socialista francês.

O problema é que outros países europeus, como Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda, fizeram reformas estruturais para reduzir os gastos públicos e estão retomando o caminho do crescimento. Nos bastidores, França e Itália, segunda e terceira maiores economias da zona do euro, são convidadas a intensificar seus esforços. A França tenta limitar o impacto dos ajustes internos, mas a Comissão Europeia poderá sancionar o país pela desobediência.

Para fazer reformas estruturais, é consenso que é preciso mexer na legislação trabalhista, o que é um verdadeiro tabu na França. O jornal Le Figaro comenta a proposta feita ontem pelo ministro da Economia, Emmanuel Macron. Ele se deu um prazo de seis meses para reformar o país e sinalizou que poderia diminuir o prazo de concessão do seguro-desemprego.

Le Figaro e Libération mostram que o Partido Socialista se rebelou imediatamente contra a ideia. Atualmente, um assalariado francês pode receber seguro-desemprego por um período de até dois anos. Alguns economistas pregam reduzir o benefício a 18 meses.

A maioria socialista discute, no Parlamento, outros cortes em programas sociais, principalmente nos benefícios concedidos às famílias. Diminuir o seguro-desemprego não estava no programa, mas pode ter sido um maneira de o ministro da Economia evitar as sanções de Bruxelas.

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