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Linha Direta

Líbano fecha fronteiras com a Síria para conter refugiados

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O Líbano fechou as fronteiras com a Síria para impedir a entrada de refugiados sírios que tentam escapar da violência. A decisão do governo libanês foi anunciada no último sábado (18) pelo representante das Nações Unidas no país. Os refugiados têm sido alvo de racismo e rejeição por parte da população libanesa.

REUTERS/ Mohamed Azakir
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Tariq Saleh, correspondente da RFI no Líbano

A decisão do governo do Líbano acontece em um momento em que o país atravessa uma crise política e de segurança, com a suposta presença de militantes armados do grupo Estado Islâmico em cidades libanesas na fronteira com a Síria.

A população no Líbano cresceu cerca de 25% desde que a guerra na Síria começou, em 2011. O país já tem a maior concentração de refugiados no mundo, com mais de 1,5 milhão de sírios somados à população de 4 milhões.

A ONU declarou que houve uma diminuição na entrada de sírios desde o final de setembro, o que mostraria a nova política de restrições do Líbano. O governo libanês declarou que não consegue mais lidar com o grande número de refugiados e pediu ajuda financeira à comunidade internacional. O país abrirá uma exceção para os casos considerados humanitários e urgentes.

Xenofobia

O ressentimento contra sírios vem aumentando no Líbano. Muitos libaneses reclamam que os refugiados estão tomando seus empregos, levando salários a um patamar mais baixo, além de lotar escolas e hospitais. Eles também reclamam que a falta de luz e água, um problema antigo no país, só piorou com o grande número de refugiados sírios.

A discriminação contra os sírios é evindeciada nas ruas de Beirute e em outras regiões do país. A maioria dos refugiados mora em locais pobres sem infraestrutura. Muitos acabam nas ruas de cidades como pedintes e alguns acabam sendo alvo de xingamentos ou racismo.

Em alguns vilarejos, há faixas que proíbem a entrada de refugiados. Outras cidades chegaram até a impor o toque de recolher durante um certo horário aos moradores sírios.

A situação piorou com o surgimento de militantes radicais do grupo Estado Islâmico em território libanês. O governo libanês alega que alguns refugiados sírios são membros do grupo operando no Líbano.

Fronteira com a Síria

O Líbano tem quatro postos de fronteira com a Síria, e em ao menos duas delas há uma zona neutra - uma espécie de "terra de ninguém". Muitos refugiados serão obrigados a voltar à Síria e enfrentar os riscos de uma guerra que já afetou todo o país e deixou os civis expostos a mortes e destruição.

Por outro lado, há fronteiras ilegais entre os dois países, as mesmas que são usadas para o contrabando de armas e a entrada e saída de militantes radicais. O governo libanês vinha encontrando dificuldades para patrulhar e coibir o contrabando por suas fronteiras.

Alguns libaneses e sírios no Líbano usam essas regiões ilegais para se juntar aos grupos islamitas que combatem o governo do presidente Bashar al-Assad na Síria. Essas fronteiras também são usadas por refugiados para entrar ilegalmente no Líbano.

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