Jornais analisam mobilização contra o Estado Islâmico
Os jornais desta segunda-feira (15) destacam em suas manchetes os preparativos da coalizão internacional para enfrentar os extremistas do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
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A manchete do jornal de esquerda Libération é "Guerra ao Estado Islâmico". Segundo o diário, o principal assunto da conferência organizada hoje, em Paris, é a distribuição dos papéis de cada país na coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
Em seu editorial, Libération afirma que o Estado Islâmico é uma organização poderosa, composta por 30 mil fanáticos, que, mesmo não tendo uniformes ou quartéis são muito determinados. "Certamente, o grupo terrorista mais rico da história", diz o Libé.
Tesouro de guerra
Para dar uma ideia do tesouro de guerra constituído pelos terroristas, o jornal conta que os combatentes sírios e iraquianos do grupo ganham um salário de US$ 400, enquanto os estrangeiros recebem US$ 1.100. A estrutura financeira do EI é tão organizada que os combatentes casados ganham bônus adicionais para a mulher e os filhos.
Os recursos do grupo são provenientes do contrabando de petróleo, de saques a bancos, sequestros e outros crimes comuns. Só na cidade iraquiana de Mossul, o líder local do EI, califa Ibrahim, confiscou os fundos de três bancos, num valor estimado de quase US$ 900 milhões. "O califa de Mossul é o senhor do terror mais rico do Estado Islâmico", afirma o diário.
Le Figaro chama a atenção para o fato de que os extremistas parecem sempre estar um passo à frente dos Ocidentais. Na opinião do jornal conservador, a emergência do Estado Islâmico era previsível desde os alertas do comandante Massoud, antes da intervenção americana no Afeganistão, em 2001. Com a guerra civil na Síria fora de controle e a falta de intervenção ocidental, as coisas só se agravaram. Agora, escreve o Figaro, o mundo assiste ao triste espetáculo desses terroristas "decapitadores", que "sabem muito bem o que fazem. Europeus, americanos e árabes têm obrigação de agir, na avaliação do Le Figaro.
Ameaça de atentados na França
O jornal Le Parisien afirma que a França se expõe a atentados ao demonstrar sua determinação em combater o Estado Islâmico. Diante das cenas de barbárie do grupo, das execuções de americanos, britânicos, minorias iraquianas, curdas e sírios, não é possível se resignar. O preço do combate é o risco de atentados em solo francês.
Em entrevista ao Le Parisien, o diretor da unidade de coordenação da luta antiterrorista na França, Loic Garnier, afirma que a questão não é saber se haverá um atentado no país, mas quando. A população tem consciência disso, opina .
A imprensa francesa não tem dúvida de que o Estado Islâmico precisa ser combatido. A questão delicada continua sendo desarticular o grupo na Síria.
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