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Linha Direta

Futuro de negociações com as Farc opõe candidatos à presidência da Colômbia

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A Colômbia terá o segundo turno das eleições daqui há três semanas depois de que o presidente Juan Manuel Santos ter sido ultrapassado pelo opositor Oscar Zuluaga, que foi o mais votado no primeiro turno, com o apoio do ex-presidente e senador eleito Alvaro Uribe. Os dois candidatos têm visões diferentes sobre o futuro das negociações com as Farc.  

Juan Manuel Santos, presidente colombiano e candidato à reeleição (esq), e Oscar Ivan Zuluaga, candidato da oposição (dir), durante campanha em Bogotá em dia 25 de maio de 2014.
Juan Manuel Santos, presidente colombiano e candidato à reeleição (esq), e Oscar Ivan Zuluaga, candidato da oposição (dir), durante campanha em Bogotá em dia 25 de maio de 2014. Reuters
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*Leandra Felipe, correspondente da RFI em Bogotá

Os dois candidatos estão começando a fazer as alianças para este segundo turno programado para o dia 15 de junho. O ponto central é a continuidade do processo de paz. Com Juan Manuel Santos, o processo entre as Farc (forças armadas revolucionárias da Colômbia) e o governo continua como está. Com Zuluaga, o processo pode ser interrompido, porque o candidato prometeu interromper a mesa de negociação, como primeira medida se for eleito. Zuluaga é partidário de Uribe. O opositor diz que só vai manter o processo se as Farc abandonarem as armas antes. Isso, na prática, seria uma rendição da guerrilha que, nessa terça-feira, completou 50 anos. Diante desse impasse, Santos busca apoio da esquerda colombiana, e Zuluaga, dos conservadores no país.

Diferenças entre candidatos

Zuluaga pertence ao centro democrático, partido que Uribe criou quando rompeu relações com Santos, por causa do processo de paz e da aproximação do presidente com países como a Venezuela. Uribe havia rompido relações com o presidente Hugo Chávez, falecido no ano passado.

Em termos econômicos, ambos são liberais e partidários do livre mercado. Mas Santos, nesse mandato, se inclinou mais para as causas sociais e, na verdade, ele gosta de ser chamado de um político de terceira via, liberal no mercado e com políticas sociais. Mas há também uma outra diferença: Santos tem uma postura mais liberal quanto ao casamento gay, o aborto e a descriminalização das drogas.

Abstenção em alta

Na Colômbia, o voto não é obrigatório e a abstenção alta é algo que se repete. Essa foi a eleição com menor número de votantes no país. A população ficou bastante desanimada com as últimas semanas de campanha. Uribe acusou Santos de ter recebido dinheiro do narcotráfico quando foi eleito em 2010. Ele não apresentou provas, mas a denúncia repercutiu, ainda que Uribe tenha participado da campanha de 2010, afinal ele era presidente e ajudou a eleger Santos.

E, do lado governista, um vídeo revelou que um hacker foi contratado por Zuluaga para espionar o processo de paz entre as Farc e o governo. O objetivo era usar as informações contra Santos. A troca de acusações deixou a sociedade colombiana bastante ressentida. Agora o desafio dos candidatos é levar a campanha para o debate de ideias.

Pesquisas de intenção de voto para o segundo turno

Algumas projeções feitas antes do primeiro turno mostravam Zuluaga à frente de Santos em um segundo turno, mas ainda não há pesquisas após uma nova organização das forças políticas. Alguns políticos de esquerda já declararam apoio a Santos, não pelo programa dele, mas, sim,  pela continuidade do processo de paz.

 

 

 

 

 

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