"Rolezinho sacode o Brasil branco", diz Libération
Os rolezinhos brasileiros continuam ganhando destaque nos jornais franceses. Nesta quinta-feira o progressista Libération dedicou uma página ao fenômeno, sob o título "O rolezinho sacode o Brasil branco".
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A correspondente do jornal Libération em São Paulo entrevistou jovens que organizaram um rolezinho em um parque, para escapar da repressão policial nos shoppings. O texto explica que a moda dos rolezinhos assustou a classe média branca e fez com que muitos shoppings recorressem à justiça para proibir esses encontros organizados via Facebook.
O texto diz que a poucos meses da Copa do Mundo o fenômeno preocupa o governo brasileiro. A reportagem explica ainda aos leitores franceses que o consumo de produtos de marca nos shoppings é uma maneira para os jovens de bairros pobres tentarem se livrar da imagem de favelados.
Libération aponta que a classe média fica incomodada com a ascensão das classes populares, que agora têm acesso aos mesmos bens de consumo.
Eleições
A poucas semanas das eleições municipais aqui na França, Libération aponta muitos prefeitos franceses são candidatos a um quarto, quinto e até sexto mandato. 25% dos prefeitos de cidades de mais de 30 mil habitantes ocupam o cargo há mais de 18 anos, segundo os dados levantados pelo jornal.
O campeão na categoria é o prefeito socialista de Mérignac, no sudoeste do país, que dirige a cidade há 40 anos. Em tempo: ele não se candidatou à reeleição este ano. Outro fato que o jornal progressista enfatiza é que muitos prefeitos têm mais de 60 anos.
Para Libération, essa acumulação de mandatos sucessivos estimula o clientelismo e impede a renovação de gerações e de ideias. O diário faz em seu editorial um apelo para que os políticos definam novas regras, e lembra que os eleitores têm o poder de sancionar essas práticas por meio do voto.
Justiça
Outro assunto que domina as manchetes é o protesto de sindicatos da magistratura contra a ministra da Justiça, Christiane Taubira.
Ela é acusada de ter tentado transferir o procurador geral de Paris, François Falletti, por razões políticas. Ele foi nomeado durante o mandato do ex-presidente Nicolas Sarkozy, e é considerado um magistrado de direita.
Le Figaro afirma que o procurador sofreu uma tentativa de afastamento por ter uma "sensibilidade política" diferente daquela da ministra, o que provocou indignação entre os políticos de oposição. Mesmo os sindicatos de magistrados, próximos da esquerda francesa, condenaram a "pressão" do governo.
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