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Estádio de Curitiba é o mais atrasado da Copa

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Os doze estádios que abrigarão os jogos da Copa do Mundo no Brasil deveriam estar prontos até 31 de dezembro, para que a Fifa pudesse realizar testes antes do início da competição. Mas somente os seis usados durante a Copa das Confederações foram entregues dentro do prazo, e o sétimo acaba de ser inaugurado. Entre os cinco estádios que faltam, a situação mais preocupante é a da Arena da Baixada, em Curitiba. A cidade corre o risco de ser excluída da Copa devido ao atraso nas obras.

As obras no estádio Arena da Baixada, em Curitiba, estão tão atrasadas que a FIFA ameaçou excluir a cidade da Copa do Mundo.
As obras no estádio Arena da Baixada, em Curitiba, estão tão atrasadas que a FIFA ameaçou excluir a cidade da Copa do Mundo. REUTERS/Rodolfo Buhrer
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Nesta quarta-feira (22) a presidente Dilma Rousseff inaugurou a Arena das Dunas, em Natal. Mas ainda faltam cinco estádios dos doze previstos para a Copa do Mundo. A situação levou o presidente da FIFA, Joseph Blatter, a criticar no início do mês o atraso do Brasil nos preparativos.

Para José Roberto Bernasconi, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva, o país esperou demais para começar as obras, que em alguns casos envolviam procedimentos demorados como a desapropriação de imóveis e a constituição de parcerias público-privadas.

Outro problema que provocou atrasos foi a licitação de estádios sem um projeto de engenharia e arquitetura completo. "Quando você tem desde o início um projeto pronto, você mantém o controle sobre os custos, o prazo de construção e a qualidade com mais facilidade", afirma ele.

Arena da Baixada

Entre os cinco estádios que faltam, a situação mais preocupante é a da Arena da Baixada, em Curitiba. Na última terça-feira (23), o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, ameaçou excluir a cidade da Copa se as obras no estádio pertencente ao Atlético Paranaense não avançarem de maneira significativa até 18 de fevereiro.

Em resposta, representantes do Estado do Paraná e da cidade de Curitiba passarão a fazer parte do comitê de gestão da obra, que até agora era administrada pelo clube curitibano. O governo estadual vai desbloquear 39 milhões de reais para acelerar a construção, elevando o custo do estádio - que já havia sido revisado para cima no final do ano passado - para quase o dobro do orçamento inicial.

José Roberto Bernasconi lembra que as obras não começaram do zero: "É um estádio que já estava 60% pronto, em plena operação. Agora estão fechando uma parte de arquibancada que não existia e devem em seguida fazer a cobertura total, conforme as prescrições da FIFA."

Empreendimento privado

Para Fernando Ferreira, diretor da Pluri Consultoria, especializada em negócios esportivos, o fato de a Arena da Baixada ser um dos três empreendimentos privados entre as doze sedes da Copa - ao lado do Itaquerão, pertencente ao Corinthians, e do Beira-Rio, do Internacional de Porto Alegre - contribuiu para o atraso das obras. "Esses empreendimentos privados acabam tendo maior dificuldade de obtenção das garantias e de liberação dos recursos do BNDES, até porque o nível de burocracia no Brasil é absurdo", aponta ele.

"A obra em Curitiba está atrasada há muito tempo e a FIFA já vem alertando, isso não é de agora. A cidade não se mobilizou em torno da Copa do Mundo, com pouca aprovação popular e política. Assim como em Porto Alegre e São Paulo, a construção do estádio está relacionada a um clube, o que acaba diminuindo o nível de engajamento da população como um todo. Houve muita oposição aos gastos da cidade com subsídios relacionados à Copa do Mundo", descreve Ferreira.

Ele leva a ameaça da FIFA a sério: "A essa altura do campeonato, com ingressos já vendidos e toda a estrutura montada, é muito difícil reverter isso. Mas não é impossível."

Os outros estádios que faltam devem ficar prontos a tempo, mas não permitirão que a FIFA realize todos os testes previstos. A Arena Beira-Rio de Porto Alegre será inaugurada na semana que vem. Já a Arena Pantanal, em Cuiabá, será entregue em fevereiro.

Em Manaus, a Arena da Amazônia, onde aconteceram dois acidentes fatais, já completou 95% do projeto. Um acidente no Itaquerão, no final de novembro, matou dois operários e provocou um grande atraso nas obras, que devem ser concluídas somente em meados de abril. O estádio será palco do jogo de abertura da Copa, no dia 12 de junho.
 

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