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Egito/Justiça

Mohamed Mursi será julgado neste mês e pode ser condenado à morte

O presidente egípcio destituído em julho de 2013, Mohamed Mursi, será julgado no dia 28 de janeiro, junto com outras 130 pessoas, entre eles 70 integrantes dos grupos islâmicos Hamas e Hezbollah. Eles são acusados de uma fuga carcerária em massa, que ocorreu durante a revolução popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak em 2011. A informação foi divulgada nesta quinta-feira, dia 2 de janeiro, pela Justiça do Egito.

Manifestante egípcio carrega cartaz com foto do presidente destituído Mohamed Mursi, durante manifestação no Cairo, no dia 27 de dezembro de 2013.
Manifestante egípcio carrega cartaz com foto do presidente destituído Mohamed Mursi, durante manifestação no Cairo, no dia 27 de dezembro de 2013. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
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Mohamed Mursi também é acusado de envolvimento na morte de manifestantes, quando estava no poder, e de colaborar com dois grupos islâmicos, o Hamas palestino e o Hezbollah xiita libanês, para realizar uma conspiração terrorista contra o Egito. Caso seja julgado culpado, o ex-presidente pode receber a pena de morte.

O ministério público egípcio afirma que os militantes da confraria Irmandade Muçulmana, ativistas islâmicos palestinos, libaneses e jihadistas atacaram prisões e delegacias de polícia em 2011. De acordo com as acusações, os insurgentes também teriam assassinado policiais e ajudado detentos a fugir.

Mursi e membros da Irmandade Muçulmana escaparam da prisão Wadi Natroun, no noroeste do Cairo, no dia 28 de janeiro de 2011, alguns dias depois da revolta popular que destituiu o ditador Hosni Mubarak. Os ativistas islâmicos haviam sido presos durante a revolução. Mursi alega, no entanto, que deixou a detenção porque os guardas que faziam a segurança da mesma abandonaram seus postos, enquanto os presos aproveitaram o caos para fugir.

Onda de repressão

Durante o governo do presidente destituído, que foi eleito democraticamente, milhares de manifestantes saíram às ruas para protestar contra sua administração, acusada de favorecer somente aos interesses da Irmandade Muçulmana. Com a derrubada de Mursi do poder, no dia 3 de julho de 2013, seus partidários realizaram protestos em massa, exigindo a sua volta. Estes foram fortemente reprimidos pelo atual governo militar - em uma onda de violência que deixou cerca de mil e 500 mortos em cerca de seis meses e colocou atrás das grades os integrantes mais importantes da Irmandade Muçulmana.

Com a classificação de movimento terrorista, membros do grupo islâmico podem ser condenados a até 5 anos de prisão por participação nas manifestações ou mesmo por porte de documentos que sejam relacionados às ideias da confraria. Já os dirigentes da Irmandade Muçulmana presos, assim como Mursi, podem ser condenados à pena de morte.

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