Acessar o conteúdo principal
Líbano/Violência

Exército libanês tenta controlar novos conflitos em Beirute

O Exército libanês tenta restabelecer a ordem em Beirute e Trípoli, as duas maiores cidades do país, onde grupos de apoio ao regime sírio e partidários da revolução no país vizinho travam tiroteios nas ruas desde o violento atentado que matou na sexta-feira o chefe da inteligência libanesa, o general Wissam al Hassan.

Tropas do exército libanês patrulham as ruas da capital Beirute.
Tropas do exército libanês patrulham as ruas da capital Beirute. REUTERS/Mohamed Azakir
Publicidade

Em um comunicado, o comando das Forças Armadas declarou que está decicido a assegurar a ordem e a paz depois da série de confrontos registrados na capital Beirute. "Decidimos reprimir qualquer ataque contra a segurança e preservar a paz civil", disse. O texto reconhece, porém, que o Líbano "atravessa momentos críticos".

A oposição libanesa acusa o presidente sírio Bashar al-Assad de estar por trás do atentado. Tudo indica que os rebeldes sírios encontram refúgio, financiamento e ajuda no Líbano, e o general al Hassam era um dos elementos que mediavam essa ajuda, por isso teria sido morto. Mas nada está comprovado. 

Em entrevista à RFI, Alain Gresch, especialista de Oriente Médio e editor-chefe do Monde Diplomatique,  fez um balanço da situação no Líbano: "Podemos dizer que o Líbano vive uma expansão da guerra na Síria, porque os rebeldes sírios encontram refúgio, financiamento e ajuda no Líbano. Ao que parece, Wissam al Hassam era um dos elementos que mediavam essa ajuda e podemos suspeitar que ele foi visado por esse motivo. Mas também é preciso lembrar que as forças de segurança interna do Líbano prenderam nos dois últimos anos pessoas ligadas a redes de espionagem israelenses muito bem organizadas, desmontando o esquema. No Líbano, é muito difícil acusar diretamente alguém", afirmou.

A oposição libanesa quer a demissão do primeiro-ministro, Nadjib Mikati, que tem o apoio do Hezbollah, partidário do regime sírio. A população libanesa multiconfessional está profundamente dividida. A maioria dos sunitas e dos druzos apoiam a revolução contra o regime na Síria. Já os xiitas, e em primeiro plano o Hezbollah, aliado da Síria e do Irã na região, defendem a permanência de Assad. A comunidade cristã também se encontra dividida entre os partidários de Assad e aqueles que apoiam a rebelião.

Vítimas

Hoje em Tripoli, no norte do Líbano, uma mulher pertencente à minoria alauita e três jovens sunitas foram mortas, e outras oito ficaram feridas, entre elas uma criança de 4 anos, durante os confrontos entre moradores do bairro de Jabal Mohsen e Bab al-Tabbaneh. Os confrontos refletem a tensão étnica na região.

O bairro Jabal Mohsen é de maioria alauita, etnia do presidente sírio Bashar al-Assad, e o bairro Bab al-Tabbaneh é majoritariamente sunita. Ontem, os tiros deixaram 3 mortos, entre eles uma criança de 9 anos, e 26 feridos.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.