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Eleições/EUA

Obama e Romney apostam na tecnologia para conquistar eleitores

Nas eleições de 2008 o presidente Barack Obama usou - e abusou - da internet para propagar a bandeira de sua campanha. Criou uma nova força, arrecadou mais de US$ 500 milhões online e abocanhou votos que o ajudaram a derrubar Hillary Clinton nas primárias democratas e o republicano John McCain nas eleições gerais. Assim foi dada a largada para uma nova era digital dentro da política.

O democrata Barack Obama e o republicano Mitt Romney, durante o segundo debate da dupla, em Hempstead, no dia 16 de outubro.
O democrata Barack Obama e o republicano Mitt Romney, durante o segundo debate da dupla, em Hempstead, no dia 16 de outubro. REUTERS/Jim Young
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Raquel Krahenbühl, correspondente da RFI em Washington

O mundo tecnológico aproveita o “boom” e não pára de inventar moda. Vem despejando no mercado aplicativos para smartphone, tablet, Facebook e Twitter. Um deles é o Candidates um aplicativo para iPhone e iPad que ajuda o eleitor a descobrir qual candidato combina mais com ele. Depois de responder uma série de questões sobre temas pertinentes como aborto, controle de armas, regulação do mercado financeiro, guerras, entre outros, o aplicativo indica qual candidato espelha melhor o ponto de vista do eleitor. A jovem Maureen Dolan-Galaviz fez o teste e gostou. Para ela, é um aplicativo útil, mas não pode ser a única ferramenta que as pessoas usam para decidir seu voto.

Um outro aplicativo - para o Facebook - é o Votesocial que fornece ao eleitor uma grande variedade de informação sobre as eleições - desde os locais de votação até uma rica coleção de dados de cada candidato.
Wolf Rudzika, que desenvolveu o aplicativo, conta que o objetivo é estimular os eleitores a votar transformando as eleições em algo mais social. “Você pode encontrar tudo sobre o Mitt Romney, por exemplo, começando pela biografia dele. Ele tem uma mulher e cinco filhos, gosta de comer rocambole de carne, seu filme preferido é Caçadores da Arca Perdida. Assim, é possível entender quem é Mitt Romney além do slogan da campanha.”

Toda essa tecnologia tem deixado os eleitores mais próximos das campanhas. Os debates políticos estão nas redes sociais, nas caixas de email, nos celulares dos americanos. Entretanto, ainda existe um buraco tecnológico entre a campanha democrata e a republicana. “Os democratas são bem mais capazes de coletar dados e disseminá-los. Eles sabem quem você é, de onde você é, para quem votou nas eleições locais, etc. Eu acredito que os republicanos vão ter que criar um plano até 2016 para preencher esse buraco”, expica Wolf.

Reed Hundt, consultor de tecnologia e comunicação da campanha de Obama em 2008, já em 2004 recomendou que o presidente Obama começasse a criar uma rede de contatos online para concorrer ao senado e foi o que ele fez. Hoje a base do presidente é bem maior e a campanha democrata usa mais essa tecnologia digital. “Se você esta interessado nos democratas, antes que note vai receber dez, quinze emails por semana do Obama, da Michele Obama, do Joe Biden e muitas mensagens vão pedir dinheiro. Já o Romney, que tem uma base menor, está arrecandando uma quantia enorme sozinho ou com a ajuda de milionários e investindo em propaganda de tv. Ele também usa esse tipo de tecnologia, mas não investe tanto. São duas estratégias diferentes.”

Hundt aposta que eleicão após eleição, as campanhas vão se dar conta de que não é necessário gastar milhões de dólares em propaganda política porque a mensagem poderá ser difundida online, onde as pessoas passam grande parte do dia. “Será uma solução muito mais barata para um candidato que quer disputar a presidência e aquelas pessoas que não são ricas ou não tem influência política terão uma chance maior de concorrer a um cargo público”, arrisca Hundt.

Previsões à parte, todos concordam que a era digital ainda dá seus primeiros passos no mundo político, mas já mostrou o potencial que tem de transformar uma eleição.

 

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