Justiça russa adia análise do recurso da banda Pussy Riot
A justiça adiou para 10 de outubro a análise do recurso encaminhado pelas três cantoras do grupo de rock Pussy Riot. Elas comparecem ao tribunal de Moscou que deveria pronunciar o veredicto no final da tarde. A Análise foi adiada porque uma das cantoras se desentendeu com seus advogados e ficou sem defesa.
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O processo teria que começar nesta segunda-feira, com proteção policial reforçada e na presença das três jovens condenadas em agosto a dois anos de prisão pela “missa punk” contra Putin, em fevereiro, na catedral de Moscou. Mesmo com o adiamento, os advogados do grupo não têm expectativas e acredita que no máximo, a pena pode ser reduzida em alguns meses.
Ekaterina Samoutsevitch, falando por microfone, desde sua cela de vidro, anunciou ter rompido relações com seus advogados devido a divergências e se encontrar atualmente sem defesa. “Eu não divido sua visão do caso”, disse ela. “Eu acho inaceitável continuar o processo se uma de nós não tem advogado”, disse outra das jovens, Maria Alekhina.
A terceira das integrantes do Pussy Riot, Nadejda Tolokonnikova, usava uma camiseta onde estava escrito a frase usada durante a guerra civil espanhola, “No pasaran !” (Não passarão).
“O Estado vai usar de toda força de lei para defender os sentimentos religiosos dos cidadãos, nossos valores nacionais e religiosos diante de todas as tentativas de profanação e de blasfêmia”, declarou segunda-feira o chefe da administração presidencial Sergueï Ivanov. A Igreja ortodoxa julgou neste domingo que as cantoras só mereciam clemência se elas se arrependessem.
Manifestantes pró e anti-Pussy Riot se enfrentaram diante do tribunal nesta segunda-feira, sob forte esquema policial. Militantes ortodoxos ficaram de joelhos e imitaram uma prece, enquanto seus opositores cantaram músicas da banda.
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