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China/UE

China assina acordo com europeus para reduzir emissões de gases

Sem deixar de elogiar as relações entre China e União Europeia, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, aproveitou a 15ª Cúpula União Europeia-China para pedir o fim do embargo europeu de armas e denunciar todo tipo de protecionismo comercial por parte de seus parceiros. No encontro, chineses e europeus também assinaram um acordo para Pequim reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa.

O primeiro-ministro , Wen Jiabao, e o o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, durante Cúpula China-UE, em Bruxelas
O primeiro-ministro , Wen Jiabao, e o o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, durante Cúpula China-UE, em Bruxelas REUTERS/Yves Herman
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“Francamente, lamento profundamente a manutenção do embargo de armas”, disse Wen Jiabao diante do presidente da Comissão Europeia, Herman Van Rompuy, e do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. O embargo imposto à Pequim foi adotado após a violenta repressão das manifestações pró-democracia de junho de 1989. Os europeus se
Mostram divididos quanto ao fim do embargo e nenhum avanço é esperado sobre o tema, de acordo com fontes diplomáticas.

O premiê chinês também criticou a falta de reconhecimento da China como economia de mercado, uma demanda de longa data. A medida permitiria maior acesso dos produtos chineses ao mercado europeu e evitaria que o país seja submetido a cláusulas anti-dumping.
Os líderes europeus consideram esse reconhecimento prematuro porque a maioria das granes empresas chinesas pertencem ao estado e beneficiam de grandes privilégios como o acesso ao crédito mais barato.

A China deve ganhar o estatuto de economia de mercado em 2016, depois de cumprir uma carência de 15 anos prevista após sua integração na Organização Mundial do Comércio. (OMC).

Durante o encontro, a China, maior poluidor do planeta, assinou um acordo de cooperação com a União Europeia para reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa, segundo comunicado emitido pelo bloco. As questões ambientais são tema de conflito entre os dois parceiros. Os chineses se recusam a cumprir uma regra europeia que exige o pagamento de uma taxa para todas as companhias aéreas que circulam no tráfego aéreo do bloco para compensar suas emissões de CO2.

O acordo assinado em Bruxelas, prevê uma transição para uma economia menos dependente de gás carbônico e redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa na China. O texto prevê acionar o mecanismo de troca de quotas na China através de três programas de redução da emissão de CO2. A União Europeia se comprometeu a ajudar os chineses durante os próximos 4 anos com valores de até 25 milhões de euros, além de uma assistência técnica.

Homenagem

Os líderes europeus, por outro lado, destacaram o papel desempenhado nos últimos anos pelo primeiro-ministro Wen Jiabao que deverá deixar o cargo nos próximos seis meses. Jiabao representou a China na Cúpula nos últimos 9 anos. O presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, salientou o papel decisivo de Jiabao para as relações entre China e União Europeia e destacou o crescimento “fenomenal” do comércio e da ligação entre Bruxelas e Pequim.

No mês passado, Wen Jiabao voltou a mostrar preocupação com a Europa ao afirmar que os líderes europeus deveriam agir mais para poder estancar a crise no bloco. Em visita à Pequim, a chanceler alemã Angela Merkel, recebeu a confirmação do interesse de Pequim em continuar investindo no continente europeu. O governo chinês pretende continuar comprando dívida pública dos países da zona do euro, desde que os riscos não sejam elevados.

O bloco europeu é o maior parceiro comercial da China, mas por causa da crise, o investimento da UE diminuiu em 4,1% nos primeiros oito meses deste ano, e o comércio bilateral caiu 1,9% em relação ao mesmo período em 2011. A União Europeia é o primeiro destino das exportações chinesas e o segundo país que mais fornece produtos e serviços à China, depois do Japão. A China é o segundo maior parceiro comercial do bloco europeu, atrás apenas dos Estados Unidos.

Imprensa

Os resultados da reunião bilateral são divulgados a conta-gotas diante da falta de entrevistas coletivas ao final do encontro, canceladas devido às exigências impostas por Pequim. A Cúpula China-União Europeia acontece a portas fechadas e nenhuma entrevista coletiva foi prevista ao final da reunião devido a exigências de Pequim para selecionar jornalistas para fazer perguntas.

O bloco europeu abriu mão do contato com a imprensa, como seria de praxe. Já o governo chinês previu fazer um breve briefing, com a presença da mídia chinesa e de apenas 30 dos quase mil jornalistas credenciados em Bruxelas.

 

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