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Síria/crise

Exército sírio invade mais um bairro rebelde em Aleppo

O exército sírio conseguiu entrar em mais um bairro da cidade de Aleppo que estava nas mãos dos rebeldes. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, as forças do presidente Bashar-al Assad invadiram com tanques no bairro de Seif al-Dawla e militares entraram em combates diretos com os opositores do regime.

Destroços de um tanque nos arredores de Aleppo depois de batalha entre rebeldes e forças do governo.
Destroços de um tanque nos arredores de Aleppo depois de batalha entre rebeldes e forças do governo. REUTERS/Shaam News Network/Handout
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O Observatório Sírio dos Direitos Humanos relata que as forças do regime entraram pela parte oeste do bairro de Seif al-Dawla, que fica localizado na fronteira do outro bairro rebelde de Salaheddine que já foi tomado pelo exército sírio. Tanques, artilharia pesada e ataques aéreos são as estratégias usadas para enfrentar os opositores do governo de Bashar al-Assad. Diante do poderio bélico desigual, vários líderes rebeldes pedem que a comunidade internacional ajude com o envio de armamentos, um pedido que, pelo menos oficialmente, tem sido ignorado.

Em Damasco, o exército sírio ampliou sua ofensiva contra os opositores na madrugada desta segunda-feira em Damasco e bombardeou diversos bairros ao sul da capital. Pela primeira vez, o regime realizou uma operação pente fino e prendeu diversos moradores no centro da cidade. Testemunhas disseram que durante a operação muitos tiros foram disparados.

As forças do governo do presidente Bashar Al-Assad também promoveram novos ataques em outras cidades da periferia de Damasco. Em Chaghour, o exército sírio arrombou portas de lojas em greve que protestam contra o regime. Já no centro do país, a cidade Palmyre é bombardeada e os rebeldes são combatidos com a ajuda de helicópteros. Em Homs, os soldatos executaram dez jovens de uma multidão de 350 pessoas, de acordo com o Conselho Nacional Sírio, principal coalizão da oposição. Já em Damasco, o jornalista Ali Abbas, da agência oficial Sana, foi assassinado em sua casa.

Só nesta segunda feira, pelo menos 15 pessoas já morreram na capital e outras três em Deraa, no sul do país, de acordo com um balanço inicial feito pelo Observatório sírio de Defesa dos Direitos Humanos. Ontem, as violências resultaram em 146 mortos, entre eles, duas crianças.

Preocupada com a situação humanitária, a Turquia discute nesta segunda-feira a abertura de novos campos para abrigar os refugiados da Síria. De acordo com informações oficiais divulgadas hoje, 7 mil pessoas atravessaram a fronteira para a Turquia nos últimos dias, elevando para cerca de 60 mil o número de refugiados.

Nova tentativa diplomática

Apesar do aumento da violência e da repressão, nos últimos dias, a comunidade internacional fracassa em encontrar uma saída para a crise na Síria. Em uma nova tentativa diplomática, a Arábia Saudita realiza uma cúpula amanhã em Meca, onde reunirá durante dois dias dirigentes de 57 países da Organização de Cooperação Islâmica.

Antes de partir para o encontro, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fez hoje um apelo para os países muçulmanos se unirem. Sem citar diretamente a Síria, Ahmadinejad declarou que uma parte da energia dos governos e das comunidades muçulmanos é gasta em conflitos internos. “Espero que esta reunião vá se focalizar no reforço da unidade e no enfraquecimento do ódio”, enfatizou.

Teerã é um grande aliado de Damasco enquanto a Arábia Saudita e diversos outros países apoiam os rebeldes e defendem a queda do presidente Bashar Al -Assad.

 

 

 

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