Ferroviários e agentes de controle de fronteira farão greve durante Olimpíadas

O sindicato ferroviário Aslef informou nesta quinta-feira a intenção de greve de centenas de condutores de trens na Inglaterra durante os Jogos Olímpicos de Londres, que começam em oito dias. Já os responsáveis do controle de fronteira marcaram uma paralisação para o dia 26 de julho, um dia antes da abertura do evento, segundo o sindicato PCS (Serviços Públicos e Comerciais, sigla em inglês).

Condutores de trem da companhia East Midland’s Trains, que liga a região central do país a Londres, ameaça greve nos dias 6, 7 e 8 de agosto, durante as Olimpíadas. RFI/Agnieszka Kumor

Cerca de 450 funcionários da East Midland’s Trains, a companhia de trem que trafega na região central do país, devem participar da paralisação nos dias 6, 7 e 8 de agosto, prejudicando os deslocamentos entre a capital e o interior do Reino Unido.

Uma disputa envolvendo contribuições previdenciárias é o motivo da greve que deve complicar o transporte dos moradores das cidades de Sheffield, Nottingham, Derby e Leicester a Londres. Leicester que, por sinal, fica próxima ao Estádio Municipal de Coventry, onde acontece a disputa pela medalha de bronze do futebol feminino um dia após a paralisação ferroviária.

A greve estava inicialmente prevista para os dias 23, 24 e 25 de junho, mas foi temporariamente suspensa em prol das negociações entre a diretoria da East Midland’s Trains e o sindicato. A empresa estaria interessada em uma nova rodada de negociações para evitar a paralisação. Caso ela seja ratificada, a companhia afirmou que adotará medidas para evitar transtornos.

Greve no controle das fronteiras

Esta é segunda ameaça de greve lançada nesta semana que pode prejudicar as Olímpiadas. Os agentes de controle de fronteira marcaram uma paralisação para o dia 26 de julho. Caso se concretize, o movimento pode complicar a chegada de milhares de turistas e participantes estrangeiros aos Jogos Olímpicos um dia antes de seu início.

O sindicato denuncia os cortes orçamentários que levou à supressão de postos no ministério britânico do Interior, do qual fazem parte dos agentes de segurança de fronteira. Outras ações também estão previstas para os dias 27 de julho e 20 de agosto, como a não-cobertura de horas extras.

A ministra do Interior, Theresa May julgou como "vergonhoso" que os agentes façam greve "em um dos dias 'chave' quando os espectadores devem chegar para o evento".

A oito dias da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, centenas de atletas e jornalistas já estão na capital.

Segundo uma pesquisa, 45% dos ingleses estimam que o país não está pronto para receber um evento desta grandeza.