Rússia decreta luto oficial por vítimas de enchentes

O presidente russo Vladimir Putin decretou um dia de luto oficial em homenagem às vítimas das enchentes no sudoeste do país. As chuvas torrenciais já deixaram 171 mortos. A imprensa russa desta segunda-feira afirma que o governo foi negligente e que a tragédia poderia ter sido evitada.

Mulheres russas choram parentes mortos durante as inundações no sul da Rússia, antes de seu funeral na cidade de Moldavanskoye, neste domingo. REUTERS/Eduard Korniyenko

Socorristas e especialistas do Ministério russo de Situações de emergência trabalham na cidade de Krymsk, a mais afetada pelas fortes tempestades que atingem a região de Krasnodar, no sudoeste do país desde sexta feira. Mais de 25.000 pessoas estão desabrigadas. Segundo o governador de Krasnodar, Alexandre Tkatchev, esta é uma “tragédia sem precedentes”.

Neste dia de luto oficial, as banderias estão a meio mastro no Kremlim e outros prédios públicos, os canais de televisão retiraram seus programas de entretenimento e as publicidades. O primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev, anulou um encontro previsto sobre as Olimpíadas de inverno de 2014, para presidir uma reunião sobre a catástrofe.

As autoridades russas reafirmaram na segunda-feira as fortes chuvas foram as responsáveis pela tragédia, mas muitos russos dizem que a enchente pode ter sido causada pela abertura de uma comporta em um reservatório de água

O ministro de Situações de emergência, Vladimir Poutchkov disse hoje que o sistema de alerta não tinha funcionado corretamente e falou de possíveis erros.

Imprensa é unânime

A imprensa russa desta segunda-feira questiona a incapacidade do país de acabar com as catástrofes e diz que as autoridades foram negligentes. Segundo os jornais o governo estava conscientes dos riscos das inundações na região, que já tinha sido vítima de enchentes em 2002, que deixaram 200 mortos. Esta é a primeira vez que jornais pro e contra o Kremlim são unânimes em acusar o governo.

Diante do descontentamento dos habitantes, que reclamam da falta de alertas sobre as tempestades, o presidente Vladimir Putin ordenou uma investigação sobre as causas da tragédia.