Imprensa analisa modalidades do socorro europeu à Espanha

A crise na Espanha é manchete em todos os jornais de hoje. O diário econômico Les Echos informa que o governo espanhol reconheceu não estar mais conseguindo sozinho dar conta da recapitalização de seus bancos.

Michel Barnier, da Comissão Europeia, foi chamado às pressas nesta quarta-feira em Bruxelas para arquitetar um plano de salvamento para os bancos espanhóis. REUTERS/Laurent Dubrule

Madri espera ajuda da Europa de três formas, sublinha o Les Echos: uma mensagem política forte sobre o futuro da zona do euro, uma intervenção do Banco Central Europeu no mercado de títulos das dívidas soberanas, para forçar uma queda das taxas de juros cobradas na rolagem das dívidas dos Estados, e a possibilidade de recapitalização dos bancos por acesso direto ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FESF).

SOS Espanha, estampa em letras garrafais o Libération. Será que a Espanha, quarta economia do bloco, será uma nova Grécia, questiona o jornal baseado nas projeções do rombo existente hoje nos bancos espanhóis, que segundo analistas pode variar de 60 a 200 bilhões de euros. O jornal afirma que as opções oferecidas para tirar a zona do euro da crise são limitadas e exigem, em primeiro lugar, uma integração política e econômica maior. Em editorial, o Libération afirma que não dá mais para ficar adiando um compromisso de solidariedade dos países mais ricos com as economias mais frágeis do bloco.

O diário conservador Le Figaro afirma que a situação da Espanha preocupa a Alemanha e está disposta a apoiar políticas de crescimento em complemento às metas de austeridade. O jornal revela que a Alemanha gostaria de ver uma harmonização das políticas econômicas no bloco, mas nesse quesito a França não revela muito entusiasmo. Berlim defende um reforço dos poderes da Comissão Europeia, sublinha Le Figaro.