Em cúpula, União Europeia tenta convencer Rússia a pressionar Síria

Foi em tom frio que o presidente russo Vladimir Putin abriu nesta segunda-feira a Cúpula Rússia - União Europeia, em São Petersburgo , ao evocar as barreiras impostas pelos europeus em relação a vistos para os russos. "Uma verdadeira cooperação é impossível enquanto houver barreiras para os cidadãos de nossos países", disse Putin.

O presidente russo Vladimir Putin (ao centro), o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso (e) e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy (d). REUTERS/Aleksei Nikolskyi/RIA Novosti/Kremlin

Nos últimos 9 anos, a Rússia tenta acabar com a obrigatoriedade de visto para russos entrarem no espaço Schengen, uma zona de de livre circulação de 26 países. Mas a União Europeia impõe várias condições como passaportes mais seguros e o respeito do país em relação a Direitos Humanos.

Comércio e cooperação energética são outros temas da agenda, mas os líderes europeus vão insistir sobre um assunto cada vez sensível e urgente: a crise na Síria. Os presidentes da União Europeia, Herman Van Rompoy e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, tentam convencer Putin a adotar uma postura mais rígida contra o regime do presidente Bashar al-Assad.

Mas o presidente Putin mais uma vez dá sinais de que não vai mudar sua posição e tem repetido que é contra qualquer intervenção militar na Síria. A decisão da Rússia de não participar da investigação internacional para esclarecer o massacre de Houla, onde morreram 108 pessoas, é mais uma prova que Moscou não vai querer se indispor com a Síria, país onde mantém sua única base militar no exterior e com o qual tem um importante comércio de venda de armas.