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OEA

Cúpula das Américas deve se concentrar na questão das drogas

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e sua Secretária de Estado, Hillary Clinton, desembarcam nesta sexta-feira em Cartagena, na Colômbia, onde acontece, durante o fim de semana, a sexta Cúpula das Américas. Participam do encontro mandatários dos 34 países que integram a Organização dos Estados Americanos. A exceção é o equatoriano Rafael Correa, que decidiu boicotar a cúpula em solidariedade a Cuba, fora da OEA desde 1962, quando a Casa Branca impôs o embargo que até hoje estrangula a economia da ilha socialista. O presidente Hugo Chávez não teve presença confirmada, já que está em tratamento contra um câncer.

O presidente norte-americano Barack Obama, em março de 2012
O presidente norte-americano Barack Obama, em março de 2012 REUTERS/Jonathan Ernst
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Obama aterrissa na América Latina envolto em um clima de ceticismo. Uma pesquisa divulgada na última quinta-feira pelo Instituto Gallup aponta que a popularidade do americano na região caiu de 62% em 2009 para 47% no ano passado. No México, por exemplo, onde a influência americana é frequentemente associada a uma atrapalhada guerra contra as drogas que já matou mais de 50 mil pessoas, apenas 19% da população acreditam que Obama pode fazer os Estados Unidos melhorarem as relações com a região.

A questão das drogas, aliás, deve dominar o debate - e os Estados Unidos vêem no Brasil um parceiro importante na área. Não só por conta da liderança natural que exerce na região, mas por ser um interessado direto no assunto: o Brasil é o segundo País onde mais se consome cocaína no planeta atrás, apenas, dos próprios norte-americanos, que têm quase 5 milhões de usuários da droga. E a tendência de aumento do consumo é generalizada. Também influencia na convergência em torno do tema o fato de a cúpula acontecer na Colômbia, onde os Estados Unidos têm investido mais de US$ 1 bilhão ao ano para qualificar o exército local no combate aos cartéis e à guerrilha. Além de tudo isso, tem crescido entre os intelectuais latino-americanos a ideia de que a melhor solução para o problema é a descriminalização. Entre os presidentes, apenas o guatemalteco Otto Perez apoia abertamente a ideia. Para os Estados Unidos, este tipo de proposta está absolutamente fora de discussão - a droga continuará sendo combatida por polícia e exército.

Outras duas questões que prometem alguma dor de cabeça ao presidente americano são a exclusão de Cuba e a soberania das Ilhas Malvinas, ambos pontos pacíficos entre os latino-americanos. Apenas Canadá, além dos próprios Estados Unidos, apoiam ainda hoje que Cuba seja mantida à revelia das decisões da OEA. Com relação às Malvinas, todos os latinos reconhecem a soberania argentina sobre o território, perdido para a Inglaterra na Guerra de 1982.

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