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Síria/Eleições

Governo sírio realiza eleições municipais em meio à violência

O regime sírio organiza nesta segunda-feira eleições municipais no país. Os militantes pró-democracia lançaram uma campanha de desobediência civil, pedindo aos cidadãos para não participar da votação. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, a violência continua com confrontos entre desertores e forças de segurança do regime.

Manifestantes sírios mostram cartaz que ironiza a imagem do presidente Al Assad como o "Poderoso Chefão", no dia 9 de novembro, em Kafranbel.
Manifestantes sírios mostram cartaz que ironiza a imagem do presidente Al Assad como o "Poderoso Chefão", no dia 9 de novembro, em Kafranbel. REUTERS/Handout
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Os sírios vão às urnas para eleger representantes municipais. Estas são as primeiras eleições organizadas desde o começo do movimento de contestação contra o regime do presidente Bashar al-Assad, no dia 15 de março.

Mais de 14 milhões de eleitores foram convocados para votar. As seções de voto abriram às 8 horas da manhã (4 horas no horário de Brasília) e devem fechar às 22 horas (18 horas em Brasília). “As eleições se realizam calmamente, em um clima democrático e com uma boa afluência”, declarou o chefe do alto comitê das eleições, Khalaf Al Ezzawi.

Mas segundo opositores do governo, a eleição só pôde ser organizada nas regiões que não se opuseram ao regime, em Alep, em alguns bairros de Damasco, nas cidades de Sueida e Quneitra (no sul), em Tartus (no noroeste) e em alguns bairros de Lattakia e Banias.

A greve geral que começou no domingo continua hoje em toda região de Deraa (no sul do país), berço da contestação e também na cidade de Duma, perto de Damasco. “Ontem nós começamos a greve geral (...) que continuará até a queda do tirano. Hoje, nós não enviaremos nossos filhos para a escola”, escreveram os militantes pró-democracia na página Facebook do movimento, a Syrian Revolution 2011.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, a violência continua com confrontos entre desertores e forças de segurança em Idleb (no noroeste do país) e Deraa. Quatro civis foram mortos a tiros pelas forças de segurança na província de Homs, e três outros em Idleb, precisou o Observatório em um comunicado. Segundo a organização, “as autoridades obrigaram dezenas de cidadãos a votar em Idleb”.

Os municípios foram organizados de acordo com a nova lei eleitoral adotada para “reforçar o princípio da descentralização”, segundo as autoridades. “Estas eleições se realizam na data prevista conforme o programa de reformas. Isto prova a determinação dos dirigentes e do povo sírio de avançar na aplicação do programa de reformas”, declarou o ministro sírio da Comunicação.

O movimento de contestação na Síria foi lançado para pedir reformas democráticas, mas diante da determinação do regime, os manifestantes passaram a pedir a saída de Bashar al-Assad. O fim do poderoso partido Baas de Al Assad é uma das principais reivindicações do movimento, assim como a libertação de prisioneiros políticos e o fim do estado de urgência decretado em abril.

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