Acessar o conteúdo principal
Imprensa

Roubini prevê crise maior se houver desmantelamento da zona do euro

Depois de um fim de semana de rumores sobre uma reforma profunda da zona do euro, os jornais desta segunda-feira, 28 de novembro, tentam revelar o que os governos da França e da Alemanha estudam para salvar a economia do bloco.

Jornais franceses tentam adivinhar estratégias que poderão ser aadotadas para salvar a Zona do Euro.
Jornais franceses tentam adivinhar estratégias que poderão ser aadotadas para salvar a Zona do Euro. RFI
Publicidade

Num artigo para o Les Echos, o economista Nouriel Roubini, da Universidade de Nova York, conhecido por suas previsões pessimistas sobre a economia mundial, afirma que a crise na zona do euro atingiu seu apogeu. Para superar o impasse, ele recomenda uma flexibilização imediata da política monetária do Banco Central Europeu, com um apoio sem limite aos países endividados, uma forte depreciação do euro e medidas de estímulo aos países com maior potencial de crescimento, já que as economias mais frágeis estão condenadas à austeridade.

Como a Alemanha é contra essas medidas, reflete Roubini, o que vai acontecer é uma saída desastrosa dos países periféricos, como Grécia, Portugal e Espanha, que teria consequências imprevisíveis para o sistema financeiro mundial, mas seria com certeza pior do que a falência do banco americano Lehman Brothers em 2008.

Em sua manchete Les Echos afirma que a gestão da crise na Itália se tornou um teste crucial para o futuro da zona do euro. Apesar dos desmentidos na manhã de hoje do Fundo Monetário Internacional, o jornal chegou às bancas informando que o governo italiano e o FMI negociam um empréstimo de urgência ao país no valor de 400 a 600 bilhões de euros.

Le Figaro relata que Paris e Berlim finalizam um novo tratado de governança para os 17 países da zona do euro e talvez toda a União Europeia. O novo tratado obrigaria os estados membros a realizar reformas estruturais e a respeitar o equilíbrio orçamentário. Os países que não se curvarem a essas regras seriam punidos de maneira rigorosa. As linhas gerais do plano serão apresentadas na cúpula de líderes europeus de 9 de dezembro, mas já teriam recebido o apoio da Holanda e da Finlândia.

A adoção de medidas é urgente, escreve Le Figaro, visto a explosão dos juros cobrados pelos mercados para o financiamento das dívidas da Itália e da Espanha na semana passada.

Le Figaro evoca os rumores publicados no fim de semana na imprensa alemã. A alternativa ao tratado de governança, que demoraria meses para ser adotado, seria a implementação de um pacto de estabilidade financeiro reforçado entre os países que ainda recebem a nota máxima "triplo A" das agências de classificação de risco - França, Alemanha, Áustria, Holanda, Finlândia e Luxemburgo -, um “super clube” que representaria na prática uma zona do euro dividida entre economias pobres e ricas. A presidência francesa nega essa hipótese, assinala Le Figaro.

Os ministros das Finanças da zona do euro se reúnem para discutir a crise nesta terça-feira e, na véspera desse encontro, a Alemanha continua intransigente em relação a algumas medidas de salvamento da zona do euro, como o aumento da participação alemã no Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, que não deve ultrapassar 20 a 30%, informa Le Figaro.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.