O ditador líbio Muammar Kadafi foi morto e agora os líbios têm diante de si uma página em branco para reescreverem a sua história. No entanto, a forma como o ex-presidente morreu suscita preocupação, inclusive da ONU, que vai investigar a possibilidade de execução sumária e sem julgamento de Kadafi, o que poderia se configurar como um crime de guerra. Além disso, muitas dúvidas persistem sobre o futuro da Líbia e a capacidade do Conselho Nacional de Transição, o CNT, promover a união de uma diversidade imensa de tribos e clãs que coabitam no país, agora que Kadafi não está mais no poder. Conversamos sobre essas questões com o especialista em geopolítica e estratégia no Mundo Arabe e Muçulmano, Mathieu Guidére. Ele é professor da Universidade de Toulouse, na França, e é autor de vários livros sobre o assunto.