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França/Atentado

Atentados ontem em Paris deixam 128 mortos e 250 feridos, 99 em estado grave

Uma série de ataques coordenados deixou pelo menos 128 mortos na sexta-feira (13) em Paris, incluindo o massacre no Bataclan, um atentado suicida perto do Stade de France e tiroteios em bares e restaurantes do centro da cidade. Os atentados, cometidos quase simultaneamente a partir das 21h20 (18h20 de Brasília), também deixaram 250 feridos, 99 deles em estado grave.

Pessoas se abraçam em frente ao Bataclan, onde mais de 100 pessoas morreram
Pessoas se abraçam em frente ao Bataclan, onde mais de 100 pessoas morreram
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Oito criminosos morreram nos ataques e, segundo o procurador-geral de Paris, François Molins, cúmplices ou co-autores podem estar soltos. Pelo menos 82 pessoas morreram na casa de espetáculos Bataclan, lotada com quase 1.500 espectadores, quando os terroristas invadiram o local durante a apresentação do grupo americano Eagles of Death Metal.

" Dois ou três indivíduos com o rosto descoberto entraram com armas automáticas do tipo kalashnikov e começaram a atirar aleatoriamente contra o público", relatou um apresentador da rádio Europa 1, Julien Pearce, que estava no local. "Isso durou uns 10, 15 minutos. Foi extremamente violento e houve uma onda de pânico", acrescentou. Outra testemunha afirmou à emissora France Info que um dos atiradores gritou "Alá Akbar" (Deus é grande, em árabe) antes de abrir fogo.

Combate implacável

A França participa há dois anos na coalizão antijihadista que luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e, em outubro, estendeu os bombardeios aéreos à Síria, país em guerra desde 2011.   Desde 2014, O EI controla uma ampla faixa de território entre os dois países.

Após a meia-noite, as forças de segurança entraram no Bataclan, e a operação terminou com a morte dos quatro criminosos, três deles com detonação dos explosivos que levavam junto aos corpos. Esses foram os primeiros atentados suicidas na história recente do país.

O presidente Hollande visitou a casa de espetáculos ao lado de vários ministros e prometeu um "combate implacável" contra o terrorismo. Antes, ele havia decretado, durante um discurso exibido na televisão, estado de emergência e anunciado reforços militar para enfrentar os "ataques terroristas sem precedentes". Também cancelou a viagem à Turquia, onde participaria no domingo da reunião de cúpula do G20.

O massacre aconteceu no dia em que a França determinou o restabelecimento, durante um mês, dos controles nas fronteiras por ocasião da Conferência da ONU sobre o Clima (COP21), que acontecerá de 30 de novembro a 11 de dezembro em Paris.

A capital francesa já havia sido cenário, em janeiro, de atentados jihadistas contra o jornal satírico Charlie Hebdo e um supermercado kosher, que deixaram 17 mortos.  Além do ataque do Bataclan, pelo menos uma pessoa morreu em uma explosão perto do Stade de France, região na qual foram ouvidas três detonações durante um amistoso entre França e Alemanha (2-0), com um público de 80 mil pessoas.

Hollande retirado do Stade de France

Três pessoas, "sem dúvida terroristas" segundo uma fonte próxima à investigação, morreram na área. O estádio, que receberá partidas da Eurocopa de 2016, foi evacuado.  Hollande assistia a partida ao lado do ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank- Walter Steimeier, e foi retirado do local.

Um restaurante cambojano próximo ao Bataclan também foi alvo de um atentado, que teria provocado 12 mortes, segundo várias fontes. "Foi surreal, todos estavam no chão, ninguém se movimentava", disse uma mulher.
Nas proximidades da Praça da República, cinco pessoas morreram em um tiroteio com arma automática no terraço de uma pizzaria. Uma testemunha afirmou ter visto um "Ford Focus preto que atirava e depois vários cartuchos no chão".

Um café e um restaurante japonês próximos tiveram o mesmo destino, com um saldo provisório de 18 mortos.  Diante da gravidade dos atentados, a polícia e a prefeitura recomendaram que a população permaneça em suas casas. As forças de segurança isolaram vários pontos da capital, dominada pela forte presença da polícia, assim como os serviços de emergência.

A comunidade internacional condenou os ataques, que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chamou de atentado "contra toda a humanidade", e transmitiu sua solidariedade à França. 

O presidente iraniano, Hasan Rohani, chamou os ataques de "crime contra a humanidade" e adiou a viagem prevista para a Itália, no sábado, e França, na segunda-feira.  Em nome da unidade nacional, os principais partidos e personalidades políticas anunciaram a suspensão da campanha eleitoral para o pleito regional previsto para dezembro.

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