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Air France/França

Air France demite quatro funcionários por suposta agressão a diretores

A Air France demitiu "sem indenização, nem aviso prévio" por justa causa quatro funcionários acusados de ter agredido diretores da companhia aérea no dia 5 de outubro. Um "procedimento legal específico e mais longo" visa ainda um quinto empregado, protegido até o momento por ocupar uma vaga no sindicato Confederação Geral do trabalho (CGT). O anúncio feito ontem pela empresa e repercute na mídia francesa nesta sexta-feira (13).

Membros da diretoria da Air France tiveram suas camisas arrancadas pelos manifestantes enfurecidos durante protesto dos empregados, no dia 5 de outubro.
Membros da diretoria da Air France tiveram suas camisas arrancadas pelos manifestantes enfurecidos durante protesto dos empregados, no dia 5 de outubro. Reuters
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Os funcionários demitidos estão sendo investigados e serão julgados por agressão no dia 2 de dezembro. A Air France também informou que abriu 18 procedimentos disciplinares e adotou outras sanções contra os empregados que considera responsáveis pelo episódio, entre eles, dois pilotos, acusados de ter aberto a porta da sede da Air France para que os assalariados revoltados entrassem.

"É completamente desproporcional! A direção da Air France quer que o caso sirva de exemplo para seus funcionários", diz Miguel Fortea, secretário-geral da CGT da companhia, em entrevista ao jornal le Monde que chegou às bancas na tarde desta sexta-feira. Já o presidente do Sindicato Nacional dos Pilotos de Linha (SNPL), Philippe Evain, se diz "incrédulo" com as demissões.

No dia 5 de outubro, um plano de restruturação que previa o corte de 2.900 funcionários em dois anos apresentado pela direção despertou a ira dos empregados. Um protesto interrompeu uma reunião na sede da companhia e vários diretores tiveram que fugir, tendo suas camisas agarradas por alguns manifestantes, imagens que fizeram a volta do mundo. Na França, o episódio ficou conhecido como "o caso das camisas rasgadas".

Premiê francês chama empregados de bandidos

O primeiro-ministro francês Manuel Valls também havia prometido penas duras contra os assalariados que classificou com "bandidos", o que ajuda a endossar a decisão da Air France. Para justificar as sanções, a empresa diz ter se baseado em vídeos divulgados pelos meios de comunicação, o que muitos sindicatos também contestam. "Isso nada mais é do que uma farsa", protestou um integrante do sindicato Força Operária (FO), alegando que as gravações não mostram ninguém agredindo os diretores da companhia.

O caso está longe de ter um fim. Os funcionários da Air France se preparam para uma nova mobilização na semana que vem, que promete acirrar ainda mais as tensões entre sindicatos e a diretoria. Os manifestantes não descartam realizar uma greve.

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