Após nove dias de greve, futuro da Air France está em perigo, diz premiê francês

Neste nono dia da greve da Air France, 50% dos voos da empresa devem decolar hoje. A direção estima que 57% dos pilotos aderiram à paralisação nesta terça. Para aumentar ainda mais a pressão sobre a empresa, os pilotos grevistas farão uma passeata uniformizados em frente à Assembleia Nacional em Paris.

O sindicato francês de pilotos da Air France, rejeitou nesta segunda-feira (22) a proposta feita pela direção. REUTERS/Jacky Naegelen

Na avaliação do primeiro-ministro francês, Manuel Valls, e do presidente da Air France, Alexandre de Juniac, a paralisação, que pode ser a maior da história, ameaça o futuro da companhia. O presidente da Air France chegou a declarar que “nenhuma empresa aérea é imortal”.

"Essa greve não tem razão de ser. Os franceses não entendem essa greve. [Essa paralisação] prejudica a imagem da França e representa um perigo real para a companhia”, avaliou o premiê francês. Para Manuel Valls, as propostas apresentadas pela cúpula da companhia aérea devem ser analisadas com seriedade pelos pilotos.

Ontem, a direção da empresa propôs suspender até dezembro o projeto de expansão da sua filial low cost Transavia. A proposta, porém, foi rejeitada pelos sindicalistas. Os pilotos grevistas temem que o desenvolvimento da Transavia em escala europeia reduza os salários da categoria e piore as condições de trabalho.

Na queda de braço entre os dois lados, o presidente da Air France já admitiu que pode abandonar o plano de novos investimentos na Transavia. Mas afirmou que faria isso com “muita tristeza”. Ele também declarou que os dias de greve representam um prejuízo milionário justamente em um momento em que as contas da Air France começavam a se equilibrar.

Voos para o Brasil estão confirmados nesta terça

A boa notícia do dia vai para os passageiros brasileiros. Em princípio, todos os voos da rota entre o Brasil e a França devem operar hoje. Mas a companhia alerta que é preciso confirmar o embarque antes de ir ao aeroporto porque mudanças de última hora não estão descartadas.