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França/Iraque

Conferência para a Paz no Iraque propõe ação global contra ameaça terrorista do Estado Islâmico

Líderes de 29 países e de organizações internacionais se reuniram nesta segunda-feira (15) em Paris para a Conferência para a Paz e a Segurança no Iraque com o objetivo de prestar apoio ao novo governo iraquiano no combate aos jihadistas do Estado Islâmico.

O presidente francês, François Hollande com o presidente iraquiano, Fuad Masum durante a conferência sobre a segurança no Iraque que aconteceu hoje, 15 em Paris.
O presidente francês, François Hollande com o presidente iraquiano, Fuad Masum durante a conferência sobre a segurança no Iraque que aconteceu hoje, 15 em Paris. REUTERS/Christian Hartmann
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Durante cerca de três horas, líderes europeus, de países árabes e dos Estados Unidos detalharam a estratégia da comunidade internacional contra os extremistas do EI. Neste fim de semana, o grupo divulgou um novo vídeo, mostrando a decapitação do britânico David Haines -um ato de selvageria citado pelo presidente francês François Hollande na abertura do encontro. Ele lembrou que o objetivo da reunião era dar às autoridades iraquianas o apoio político necessário para enfrentar o avanço dos jihadistas.

“Esse grupo terrorista, além de ter decapitado jornalistas e voluntários que trabalham para associações humanitárias, também executou massacres contra a população civil”, disse Holande, lembrando que o EI escolheu, como alvo a população mais “frágil” e as minorias. “Esse grupo ignora as fronteiras e acredita até mesmo em ter fundado um Estado. Essa ameaça é global e merece uma resposta global”, completou Hollande.

O encontro também foi marcado pela ausência dos representantes da Síria e do Irã, vizinhos do Iraque, que teriam um papel fundamental na mobilização internacional contra os jihadistas.

O presidente francês também lembrou que é preciso lutar contra o recrutamento de jovens europeus, que se unem ao Estado Islâmico e depois retornam ao continente para organizar e participar de atentados. “Devemos fazer tudo o que estiver a nosso alcance para lutar contra o doutrinamento dos jovens, impedir o recrutamento, desmantelar as filiais jihadistas e privar o Estado Islâmico de seus recursos e punir todos aqueles que se associam, de perto ou de longe.”

O presidente iraquiano, Fouad Massoum, também fez um apelo para que a comunidade internacional intensifique os bombardeios iniciados pelos Estados Unidos no dia 8 de agosto, mas durante a conferência, a França não detalhou como seria sua participação nos ataques aéreos. Hoje o país realizou os primeiros voos de reconhecimento em território iraquiano. O país poderá enviar 10 caças Tornados para combater os jihadistas, segundo uma fonte diplomática.

Declaração final reforça apoio a governo iraquiano

A declaração final, divulgada por volta das 13h no horário local, reiterou o apoio ao novo governo de coalizão iraquiano, o reforço da ajuda humanitária e o treinamento militar das forças do país. Entre as decisões anunciadas, também está a luta para desmantelar o sistema de financiamento do Estado Islâmico e o bloqueio do envio de dinheiro para os jihadistas. De acordo com o chanceler francês, Laurent Fabius, uma conferência sobre o assunto será organizada em breve no Barein.

Os participantes também condenaram os assassinatos perpretados pelos jihadistas contra os cristãos do Iraque e outras minorias, que serão objeto de uma investigação da Comissão de Direitos Humanos da ONU. NO encerramento, o chanceler francês Laurent Fabius também lembrou da decapitação do britânico David Haines, que exemplifica a violência do grupo.

“Os degoladores do Estado Islâmico dizem ao mundo inteiro: ou vocês estão do nosso lado, ou nós matamos vocês. Quando lidamos com um grupo desses, a única atitude possível é a autodefesa. E isso é o que a comunidade internacional, indepentemente de suas diferenças, decidiu fazer. Todo mundo está envolvido, não somente os países que são diretamente atingidos, como o Iraque, a Síria e os países vizinhos, mas todo o Oriente Médio e a Europa, incluindo a França, e o mundo inteiro”, declarou o chanceler francês.

O ministro francês lembrou que o Estado Islâmico constitui uma ameaça mundial porque muito de seus combatentes são europeus treinados no exterior que podem voltar para cometer atentados. Por isso, a mobilização contra os jihadistas deve ser acompanhada de uma ação global. “Decidimos lutar contra o Estado Islâmico. Não somente fazê-lo recuar, mas vencê-lo. Esta foi uma reunião de luta, mas também de esperança. Foi assim que nós a vivemos.”

 

 

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