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Governo Hollande apresenta novo aumento de impostos

O governo do presidente François Hollande apresentou hoje um novo aumento das contribuições sociais obrigatórias de empresas e assalariados, desta vez visando reduzir o déficit da Seguridade Social no ano que vem para 11,4 bilhões de euros, cerca de 2 bilhões a menos do que o inicialmente previsto.

O ministro do Planejamento, Jérôme Cahuzac.
O ministro do Planejamento, Jérôme Cahuzac. Fred Dufour/AFP
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Para financiar os gastos com saúde e aposentadorias, além do aumento nos descontos obrigatórios, o governo também cria taxas adicionais sobre produtos que fazem mal à saúde. É o caso do cigarro, que terá uma sobretaxa de 6%, e da cerveja, que deverá reforçar os cofres públicos em 500 milhões de euros. As medidas anunciadas nesta segunda-feira elevam os descontos obrigatórios a 44,9% do PIB em 2012 e a 46,3% em 2013, contra 42,9% em 2010.

Os críticos da estratégia de François Hollande lembram que a França já é o país campeão de cobrança de impostos na zona do euro e número 2 mundial, perdendo apenas para a Dinamarca. Segundo vários economistas, o governo francês assume uma política que vai na contramão da adotada pelos vizinhos para reduzir os efeitos da crise econômica mundial. Países do norte da Europa têm procurado desonerar a atividade empresarial, com o objetivo de evitar demissões, e procurado manter o consumo interno. A exceção fica por conta de Grécia, Espanha, Itália e Portugal, onde as contas públicas fugiram do controle.

Ministro "carrasco" dos impostos reconhece ajuste "rude"

Apesar do líder socialista ter prometido durante a campanha aumentar impostos de forma justa, exigindo maior esforço dos ricos, o ajuste fiscal para reduzir o déficit francês a 3% do PIB no ano que vem vai pesar no bolso de toda a população.

Para 2013, o governo socialista prevê uma cobrança adicional de impostos de 20 bilhões de euros (50 bilhões de reais). Essa quantia, somada aos 4 bilhões de euros (10 bilhões de reais) votados em urgência, em julho, para cobrir o rombo do orçamento deste ano, resultam num esforço global de 60 bilhões de reais.

O ministro do Planejamento, Jérôme Cahuzac, já vem sendo chamado pela imprensa de "carrasco". Ele reconhece que os aumentos de impostos no ano que vem serão "meio rudes" para a população. O ministro promete que serão apenas dois anos de arroxo fiscal, até o final de 2014. Porém, economistas advertem que todos os cálculos foram feitos com projeções de crescimento de 0,8% em 2013, 1,7% em 2014 e 2% nos anos seguintes, metas que já nascem comprometidas pela retração da atividade industrial e do consumo.

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