ONG lança campanha polêmica pelo direito de adoção de casais gays

Na reta final da campanha para a eleição presidencial na França, a ONG SOS Homophobie lançou neste sábado uma campanha pelo direito de adoção de crianças por casais gays usando montagens com fotos dos principais candidatos como filhos de casais homossexuias. 

Cartaz de campanha da ONG francesa SOS Homophobie divulgação

"Nicolas também poderia ter tido duas mães lésbicas. E teria sido feliz da mesma forma". Numa das fotos usasadas na campanha, Sarkozy é embalado por um casal de mães lésbicas. Em outros cartazes que foram divulgados nos principais veículos de comunicação da França neste sábado, os candidatos François Hollande, (socialista), Marine Le Pen (extrema-direita), Jean-Luc Mélenchon (extrema-esquerda), Eva Joly (Partido Verde) e François Bayrou (centro) também aparecem como filhos de casais gays.

Segundo a ONG, a provocação é a melhor maneira de chamar a atenção para o assunto que continua a ser polêmico na França. Há 18 anos, a SOS Homophobie faz campanhas para que gays, lésbicas, bissexuais e transsexuais possam adotar crianças. A associação argumenta que a orientação sexual não deveria ser um critério para julgar a capacidade de uma pessoa de «educar e cuidar de uma criança proporcionando uma ambiente adequado para o seu desenvolvimento”.

A opinião, porém, não é endossada por todos os candidatos. Marine Le Pen e Nicolas Sarkozy declaram-se abertamente contra a igualdade de direitos entre os casais homossexuais e heterossexuais na questão da adoção. Uma posição que é diferente da defendida pelos candidatos de centro e de esquerda, Bayrou, Hollande e Mélenchon.

Segundo dados da organização, 300 mil crianças na França vivem em famílias formadas por casais homossexuais, mas não têm os mesmos direitos que as crianças de lares heterossexuais. Para os criadores dessa campanha, se os candidatos à eleição presidencial na França se colocassem na situação dessas famílias, eles seriam mais determinados a garantir os mesmos direitos para todos.