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França/ Toulouse

Autoridades francesas divergem sobre enterro de Mohamed Merah

O jornal Le Parisien afirma hoje que as autoridades francesas se questionam sobre o que fazer com o corpo do suposto autor dos ataques de Toulouse. Mohamed Merah foi morto na quinta-feira pela polícia de elite francesa, depois do fracasso nas negociações para sua rendição. Nesta manhã, Nicolas Sarkozy refutou críticas à atuação da polícia no caso.

Jornalistas aguardam fora do tribunal onde Abdelkader Merah será julgado nesta segunda-feira, em Paris.
Jornalistas aguardam fora do tribunal onde Abdelkader Merah será julgado nesta segunda-feira, em Paris. REUTERS/Gonzalo Fuentes
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De acordo com o diário, existem três possibilidades: levar o corpo do suspeito para a Argélia, país de origem de sua família, sepultá-lo em um túmulo anônimo em Toulouse, ou ainda enterrá-lo em um cemitério islâmico. Um representante dos muçulmanos da região de Toulouse disse ao jornal que o medo das autoridades é o de que, na França, o túmulo do jovem seja alvo de vandalismo ou de adoração.

No domingo, a Justiça francesa anunciou que Abdelkader Merah foi indiciado por cumplicidade nos assassinatos cometidos pelo irmão, de três militares e quatro judeus. Ele é suspeito de ter roubado junto com o Mohamed a scooter utilizada para cometer os crimes, e também de ter ajudado o irmão a planejar os ataques. Abdelkader, que segundo a polícia era ainda mais radical no islamismo do que Mohamed, nega todas as acusações.

A advogada dele, Anne Sophie Laguens, afirmou que o acusado “condena com firmeza” os assassinatos. O homem teme responder pelos atos do irmão por pressão popular e da imprensa. Já o defensor da esposa de Abdelkader, liberada ontem pela polícia, declarou que a mulher foi pega de surpresa pela "vida dupla" do companheiro.

Nesta manhã, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, admitiu que o país precisa “repensar” sobre a prevenção de radicalização islâmica. Em uma entrevista à rádio France Info, Sarkozy explicou que o homem “se autoradicalizou através da internet” e “de um criminoso ordinário se transformou em um terrorista dos mais brutais, sem nenhum sinal ou transição”. Segundo o governante, para “qualquer democracia”, a tarefa de prevenção de ataques é “uma das coisas mais difíceis de fazer”, porque envolve o respeito às liberdades individuais dos cidadãos.

O presidente ainda refutou as críticas aos serviços anti-terrorismo franceses e da polícia durante a operação que resultou na morte de Mohamed Merah. “Eu particularmente considero indignos os questionamentos sobre a polícia”, declarou.
 

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