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Sarkozy/Imprensa

Sarkozy sabia de escândalos sexuais de Strauss Khan, diz Le Monde

O Palácio do Eliseu é informado por serviços de polícia sobre a vida íntima de personalidades francesas, revelou nesta terça-feira a edição do Le Monde. De acordo com o jornal, os assessores mais próximos de Nicolas Sarkozy teriam até tentado vazar recentemente para a imprensa um escândalo envolvendo o chefão do FMI, Dominique Strauss Khan, diante da ameaça que ele se tornou para a reeleição do presidente francês.

نیکلا سارکوزی، رئیس جمهوری فرانسه
نیکلا سارکوزی، رئیس جمهوری فرانسه Reuters
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Mais do que a imprensa, a sede do governo francês não ignorava nenhum detalhe da vida íntima de Dominique Strauss Khan. Assim começa o artigo do Le Monde dedicado a revelar os métodos usados pelo presidente Sarkozy para vasculhar a vida privada de seus adversários e tirar vantagem política de eventuais escândalos.

Segundo o Le Monde, recentemente assessores do chefe de estado francês tiveram o cuidado de vazar para a redação do jornal um comunicado, redigido por um policial antes da eleição presidencial de 2007, com informações de que Strauss Kahn teria sido flagrado em cenas obscenas com uma mulher em um local conhecido de prostituição de rua na capital francesa.

O fato foi levado ao conhecimento do chefe de estado, que decidiu abafar o caso. Na época, lembra o Le Monde, Strauss Kahn tinha sido derrotado nas primárias socialistas e não era uma ameaça política para Sarkozy que até defendeu sua ida para a chefia do FMI. O caso voltou a circular nos bastidores do poder diante da ascenção política do socialista que aparecia como favorito nas últimas sondagens para as eleições presidenciais do ano que vem.

O jornal parte do caso DSK para revelar as relações construídas por Sarkozy com a polícia francesa para conhecer os detalhes da vida particular de personalidades que possam representar ameaças para o líder francês. Segundo o Le Monde, desde sua chegada ao ministério do Interior, em 2002, Sarkozy teceu uma rede de amigos fiéis que o informam sobre tudo. Suas fontes incluem dirigentes dos serviços secretos, o chefe da polícia de Paris e seu atual ministro do Interior, Claude Guéant.

Até proprietários de clubes de sexo entre casais estão acostumados a dar informações aos policiais sobre clientes que possam eventualmente interessar ao governo, informa o jornal. Entre os exemplos para demonstrar que a polícia se tornou um instrumento do poder, o Le Monde citou a disposição dos agentes secretos para investigar até o custo do guarda-roupa de Ségolène Royal, adversária de Sarkozy nas eleições presidenciais de 2007.

Além das informações sobre adversários políticos do Palácio do Eliseu, o Le Monde comenta ainda que a chamada “polícia dos costumes” também serve para proteger o chefe de estado, como no caso da investigação do autor dos rumores da crise entre Sarkozy e sua esposa Carla Bruni, atribuídos na época à ex-ministra da Justiça, Rachida Dati, colocada sob vigilância.

Até os aliados do chefe de estado não são poupados de uma mecanismo que se tornou extremamente eficaz, conclui o Le Monde.
 

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