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Europa/Terrorismo

Saiba quem é Salah Abdeslam, o homem mais procurado da Europa

Ele pode ser um dos mentores do atentados de Paris da última sexta-feira (13) e, com o estabelecimento de um mandado de busca internacional, é o homem mais procurado da Europa. O francês Salah Abdeslam, de 26 anos, residente em Bruxelas, na Bélgica, alugou dois dos veículos utilizados nos massacres de Paris. Ele é irmão de Brahim Abdeslam, homem-bomba de 31 anos que atacou um restaurante no boulevard Voltaire, no 11° distrito da capital.

O francês Abdeslam Salah, de 26 anos, é procurado pela polícia de toda a Europa.
O francês Abdeslam Salah, de 26 anos, é procurado pela polícia de toda a Europa. REUTERS/Police Nationale/Handout
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O rosto de Salah Abdeslam, suspeito de ter inspirado e participado dos piores ataques terroristas já realizados na capital francesa, é estampado em sites, jornais e televisões de toda a Europa. Residente do bairro de Molenbeek, em Bruxelas, reduto de radicais islâmicos na Bélgica, Abdeslam alugou dois carros utilizados pelos terroristas na última sexta-feira, que foram encontrados perto do Bataclan, no 11° distrito da capital e na cidade de Montreuil, na periferia da capital francesa. Em um dos veículos, um Seat Leon preto, foram achadas três kalachnikovs usadas nos ataques das ruas Alibert e Bichat, na rua de la Fontaine au Roi e na rua de Charonne.

De acordo com a rádio francesa RTL, Salah Abdeslam dirigiu o carro para os terroristas metralharem as vítimas. Ele também teria conduzido seu irmão, Brahim Abdeslam, até o boulevard Voltaire para realizar o atentado suicida em um café próximo à casa de shows Bataclan. Depois, o francês se dirigiu a Montreuil, onde encontrou mais dois cúmplices que o levaram de volta para a Bélgica.

Salah Abdeslam chegou a ser abordado por policiais franceses no sábado (14), quando retornava para Bruxelas, mas depois desapareceu dos radares da polícia.

Investigado na Bélgica

O suspeito não tinha passagem pela polícia francesa, mas era fichado na polícia belga após ter realizado pequenos furtos, alguns deles cometidos com Abdelhamid Abaaoud, que seria outro comandante dos atentados, atualmente na Síria. Salah Abdeslam também era investigado pelos serviços de inteligência da Bélgica por suspeita de ter recebido treinamento do grupo Estado Islâmico na Síria.

Em Bruxelas, o francês trabalhou como técnico dos transportes comuns do país de setembro de 2009 a janeiro de 2011, mas foi demitido por faltar frequentemente ao trabalho. Depois, abriu um café com o irmão Brahim no bairro de Molenbeek.

"Era um jovem normal"

Outro irmão de Salah, Mohamed Abdeslam, também morador do bairro de Molenbeek, foi detido para interrogatório, mas garante que não sabe onde o suspeito está. "Nós não sabemos, dada as atuais tensões, se ele se atreveria ou não a se entregar à justiça. (...) Era um jovem normal", afirmou nesta segunda-feira Mohamed Abdeslam, horas depois de ser libertado pelos tribunais belgas.

Interrogado sobre as atividades dos dois irmãos, o homem-bomba e o foragido, Mohamed Abdeslam disse não saber nada a respeito."Nem nós, nem a nossa família sabíamos de algo. Eles já não são meninos, são maiores de idade. Nós não perguntávamos para onde iam sempre que saíam de casa", afirmou, visivelmente irritado.

"Estamos tristes pelo que aconteceu. Recebemos a notícia como muitos de vocês. E não imaginávamos que meus irmãos estariam ligados aos ataques", afirmou."É claro que pensamos nas vítimas, em suas famílias. Mas é preciso entender que nós também temos uma mãe, temos uma família, e Brahim e Salah continuam a ser, apesar de tudo, seus filhos", concluiu Mohamed Abdeslam.

Mohamed Abdeslam foi libertado no início da tarde de segunda-feira (16) "sem qualquer acusação", segundo sua advogada, Nathalie Gallant. "Ele tem um álibi. Na sexta-feira à noite, estava com seu sócio em Liège [leste da Bélgica], onde trabalha no projeto de abertura de um restaurante. As declarações do sócio confirmam que ele não poderia ter ido a Paris na sexta-feira", acrescentou. "Além disso, ele não estava em contato com seus irmãos nos últimos dias", garantiu.

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