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UE/Imigração

Crise migratória abre clivagem entre países do leste e oeste da Europa

Chefes de governo de países da Europa central vão se reunir no final da semana para discutir a crise migratória no continente. Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia, entre outros membros da UE, têm se recusado a receber refugiados em seus territórios. Irritados com a falta de solidariedade, vizinhos ocidentais já propõem sanções. 

Imigrantes colocam sapatos e meias para secar na cerca construída na fronteira entre a Sérvia e a Hungria.
Imigrantes colocam sapatos e meias para secar na cerca construída na fronteira entre a Sérvia e a Hungria. REUTERS/Marko Djurica
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O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, disse que seus colegas da Polônia e Hungria já confirmaram presença na reunião.

No último fim de semana, a Hungria concluiu a instalação de uma cerca de 175 quilômetros de arame farpado na fronteira com a Sérvia para dissuadir a entrada dos migrantes na União Europeia pela rota dos Balcãs. O país, em vez de acolher os refugiados que têm direito à concessão de asilo por estarem fugindo de países em guerra, envia os migrantes para a Alemanha e países mais ricos do norte. 

Hoje, a ministra do Interior da Áustria, Johanna Mikl-Leitner, defendeu em entrevista à imprensa alemã que a Comissão Europeia reduza ou simplesmente suprima as tranferências financeiras aos países que se recusarem a receber refugiados de guerra. Ela considera a medida justa para os países que não demonstram a menor solidariedade com os migrantes.

O chanceler francês, Laurent Fabius, acusou, no sábado, os países do leste de desrespeitarem os valores da União Europeia ao rejeitar o acolhimento de refugiados em seus territórios.

"Quando eu verifico que certos países da Europa não aceitam esse contingente, eu acho escandaloso. A Hungria faz parte da Europa e a Europa tem seus valores. Esses valores são desrespeitados quando essas cercas são construídas", disse Fabius.

O ministro húngaro das Relações Exteriores, Peter Szijjarto, classificou as críticas como "chocantes" e convocou um representante da embaixada da França em Budapeste para prestar esclarecimentos.

OTAN para defender fronteiras

A Repúplica Tcheca chegou a evocar o envio de tropas da OTAN para a Macedônia e a Sérvia a fim de combater a entrada de refugiados.

A Eslováquia aceita acolher 200 estrangeiros no máximo, a condição que eles sejam sírios e cristãos. O país não quer dar asilo a muçulmanos. O porta-voz do Ministério do Interior de Bratislava, Ivan Metik, explicou recentemente que os muçulmanos “não se sentiriam em casa” num país de cultura cristã.

A Polônia alega que o conflito no leste da Ucrânia gerou uma pressão migratória de ucranianos para o país, o que impossibilita o acolhimento de refugiados de outras origens.

Paris, Londres e Berlim também convocaram uma nova reunião de ministros do Interior da União Europeia, para "avançar concretamente" contra a crise. O encontro deve acontecer em 14 de setembro.

A Itália que, ao lado da Grécia e da Hungria, é um dos principais pontos de entrada dos imigrantes, prioriza a criação de um direito de asilo europeu. A Alemanha, país que mais recebe pedidos de asilo, anunciou que não devolverá os refugiados sírios ao país de entrada na Europa.
 

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