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Grupo Estado Islâmico

Quedas de Palmira e Ramadi fazem coalizão repensar combate ao EI

Os membros da coalizão contra o grupo Estado Islâmico no Iraque e na Síria se encontram nesta terça-feira (2) em Paris, para debater a estratégia de luta contra os jihadistas, no momento em que a perda das cidades de Palmira e Ramadi coloca em dúvida a eficácia dos bombardeios.

Combatente do grupo Estado Islâmico coloca uma bandeira da organização em uma rua deserta de Ramadi
Combatente do grupo Estado Islâmico coloca uma bandeira da organização em uma rua deserta de Ramadi AFP PHOTO / HO / AAMAQ NEWS AGENCY
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Organizada pela França, a cúpula deve reunir 24 ministros e instituições internacionais e será presidida pelo chanceler francês Laurent Fabius e pelo premiê iraquiano Haidar al-Abadi. O secretário de Estado americano John Kerry também deveria liderar a discussão, mas teve de cancelar sua participação depois que quebrou a perna na manhã de domingo (31) em um acidente de bicicleta.

A ideia dessa reunião, segundo a definição do chefe da diplomacia francesa, é que "cada um assuma suas responsabilidades" para reforçar rapidamente a mobilização e evitar novos massacres, além da desintegração territorial da Síria e do Iraque. Para Paris, as quedas quase simultâneas de Palmira, na Síria, e Ramadi, no Iraque, expõem as falhas dos bombardeios árabe-ocidentais e mostram o quanto uma nova estratégia é urgente. Até aqui, a coalizão foi claramente ineficaz, visto que os jihadistas apenas ampliaram seu território.

Possíveis estratégias

É difícil prever em que consistirá o novo plano de ação, já que os ocidentais são reticentes quanto ao envio de foças terrestres. Uma opção seria a ampliação de ações direcionadas das forças especiais norte-americanas, como a que matou Abu Sayyaf, um alto responsável da organização no leste da Síria. Mas operações como essa são raras. Outra, que enfrenta resistência de vários países árabes - em especial, a Arábia Saudita, sunita -, seria a ajuda ao Irã xiita, cujas forças de elite estão engajadas na luta no Iraque.

Em linhas gerais, a participação da força árabe-ocidental se restringiu a ataques aéreos e envios esporádicos de armas - como os 2 mil lança-foguetes americanos entregues às forças iraquianas em 21 de maio. Essas armas, de acordo com Washington, devem permitir que os iraquianos destruam veículos carregados de explosivos, como os que foram usados pelo EI na tomada de Ramadi.

Maior compromisso iraquiano

A coalizão, encabeçada pelos Estados Unidos, reúne cerca de 60 países, que participam em diferentes graus do combate à organização jihadista, desde intercâmbios de inteligência e assitência militar até ataques aéreos diretos, passando pelo combate ao recrutamento de militantes pelo grupo Estado Islâmico.

De acordo com especialistas, a heterogeneidade dos atores, que têm agendas e objetivos diferentes, compromete a coalizão. Além disso, haveria um descontentamento geral com a atuação de Bagdá. Essa opinião foi expressa na semana passada pelo secretário americano da Defesa, Ashton Carter e causou mal-estar entre os aliados.

O chanceler francês Laurent Fabius também aumentou a pressão sobre os iraquianos, ao exigir que o governo al-Abadi "respeite melhor" o contrato assinado em setembro na conferência de Paris, que condiciona a ajuda militar da coalizão a compromissos políticos.

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