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Grã-Bretanha/Eleições

Vitória dos Conservadores aumenta temor de saída da Grã-Bretanha da UE

O Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron, conquistou nas eleições legislativas de quinta-feira pelo menos 326 cadeiras das 650 do parlamento. O resultado garante uma maioria absoluta para governar, sem a necessidade de alianças. Analistas também vêem na vitória esmagadora uma indicação de que os britânicos poderão querer sair do bloco europeu.

O primeiro-ministro David Cameron anuncia a formação de um novo governo após vitória dos conservadores nas eleições.
O primeiro-ministro David Cameron anuncia a formação de um novo governo após vitória dos conservadores nas eleições. Foto: Reuters
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As urnas consagraram os conservadores e os nacionalistas escoceses, e foram fatais para três líderes políticos do país, entre eles o trabalhista Ed Miliband. Com a expressiva votação, os conservadores não vão precisar de outros partidos para formar um governo de coalizão.

Fortalecido pelo resultado inesperado, o primeiro-ministro David Cameron visitou no início da tarde desta sexta-feira (8) a rainha Elisabeth II no palácio de Buckingham. O encontro serviu para o premiê receber o aval formal para a constituição de seu novo governo.

Na sequência, Cameron voltou ao número 10 da Downing Street, residência oficial do chefe de governo britânico, ao lado da esposa Samantha, para o primeiro dia do seu segundo mandato.

"Vou a partir de agora formar um governo conservador com uma maioria", anunciou. Em 2010, devido à vitória apertada nas eleições legislativas, os conservadores tiveram que fazer uma aliança com os liberais democratas para assumir o poder.

Trabalhistas sofrem derrota histórica na Escócia

Ainda faltavam quatro circunscrições eleitorais do total de 650 para contabilizar a totalidade dos resultados, mas os conservadores já tinham alcançado a maioria de 326, bem à frente da oposição trabalhista que somava 232 cadeiras.

O "Labour" sofre uma de suas maiores derrotas na Escócia onde os “independentistas” do partido SNP conquistaram 56 das 59 cadeiras disputadas na região autônoma. Até então, o local era considerado um reduto histórico do Partido Trabalhista. O triunfo do SNP é simbolizado pela eleição de Mhairi Black, uma estudante de 20 anos, que se torna a mais jovem deputada eleita desde 1667. Ela toma o lugar do deputado Douglas Alexander, uma das lideranças do "Labour".

Diante do resultado muito inferior ao esperado, Ed Miliband, líder do Partido Trabalhista anunciou sua demissão após a humilhante derrota nas urnas. Emocionado, Miliband, de 45 anos, assumiu a responsabilidade completa pela derrota e se desculpou com todos os parlamentares que perderam seus assentos.

"A Grã-Bretanha precisa de um Partido Trabalhista forte e que esteja à altura de se reconstruir após essa derrota, para que nós possamos ter novamente um governo que defenda os trabalhadores", afirmou. "E chegou o momento de que outra pessoa assuma a direção do partido", afirmou Miliband, confirmando a saída do cargo a partir da tarde desta sexta-feira.

O atual número 2 do partido, Harriet Harman, está no comando dos trabalhistas até a eleição de um novo líder.

Antes de Miliband, o líder do partido nacionalista e eurocético Ukip, Nigel Farage, já havia se demitido. Ele perdeu a eleição e cumpriu sua promessa de deixar o cargo em caso de fracasso nas urnas. Apesar de expressivos 13% de votos no plano nacional, o partido de extrema direita só conseguiu eleger um deputado.

O liberal democrata Nick Clegg, de 48 anos, também jogou a toalha e anunciou sua saída do cargo após uma noite "devastadora", segundo sua própria expressão. Aliados dos conservadores no primeiro mandato de Cameron, os Liberias democratas conquistaram 8 cadeiras, contra 56 das eleições anteriores.

Grã-Bretanha fora da Europa?

A vitória arrasadora também levanta dúvidas sobre o futuro da Grã-Bretanha na Europa. Logo que confirmada sua recondução ao cargo de chefe de governo, David Cameron reiterou o cumprimento de uma de suas maiores promessas de campanha: a realização de um referendo em 2017 para os britânicos dizerem se querem ou não permanecer na União Europeia.

Essa perspectiva, que ficou mais evidente após a expressiva votação nos conservadores, preocupa os líderes europeus que temem a possibilidade de um "Brexit", palavra que faz referência à saída dos britânicos do bloco.

A vitória ampla dos conservadores fez a libra esterlina ganhar força em relação ao dólar e ao euro nos mercados asiáticos. A bolsa de Londres também operou em alta desde o início do pregão, apesar do cenário de incertezas na Europa, pouco favorável aos negócios.

 

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