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Alemanha/ Acidente

"Um dia farei algo que mudará o sistema", disse copiloto a ex-namorada

A investigação policial sobre o acidente do AirBus A320 da Germanwings vai aos poucos delineando o perfil do copiloto, apontado como responsável pela queda. Neste sábado (28), o depoimento da antiga namorada de Andreas Lubitz ao jornal Bild Zeitung reforça a tese de que o crime foi premeditado. Lubitz teria dito a ela que um dia faria algo “que mudaria todo o sistema”.

De costas, a ex-namorada, Maria W, no jornal alemão Bild.
De costas, a ex-namorada, Maria W, no jornal alemão Bild. Reprodução
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Pascal Thibaut, correspondente da RFI em Berlim.

“Um dia eu farei alguma coisa que mudará todo o sistema, e todo mundo conhecerá o meu nome e se lembrará de mim”, teria dito o copiloto de 28 anos a sua então namorada, uma aeromoça de 26 anos. Ela afirma que, na época da relação, que durou alguns meses durante 2014, não entendeu o sentido da frase daquelas palavras.

Além de namorados, os dois eram colegas na Germanwings. Foi durante um voo de que eles trocaram telefones e combinaram de se encontrar. A ex-namorada descreve um homem atencioso e apaixonado por seu trabalho. Mas os problemas psicológicos de Lubitz teriam sido a causa do fim da relação, por iniciativa dela.

Segundo a aeromoça, ele tinha rompantes de fúria durante as conversas e gritava com ela. À noite, ele acordava depois de pesadelos em que via o seu avião cair. Apesar disso, afirma a ex-namorada, “ele conseguia dissimular bem os seus problemas a outras pessoas”.

Licença médica no dia do acidente

Lubitz não detalhou os seus problemas psicológicos à ex-namorada, apenas disse que fazia um tratamento psiquiátrico. Segundo a jovem, identificada apenas como Maria W.  pelo jornal alemão, ele tinha conciência de que seu sonho de se tornar um capitão da Lufthansa – a companhia proprietária da Germanwings – e trabalhar em voos de longa distância jamais se realizaria.

Uma busca realizada na casa de Andreas Lubitz encontrou licenças médicas rasgadas. Segundo as licenças, ele não deveria trabalhar entre os dias 16 e 29 de março, o que inclui o dia do acidente. Lubitz tentava claramente esconder seus problemas médicos de seu empregador.
 

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