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Rússia

Boris Nemtsov denunciava corrupção do governo Putin e atuação russa na Ucrânia

O oposicionista russo Boris Nemtsov, assassinado na noite de sexta-feira (27) no centro de Moscou, era antes de tudo um político carismático e destemido. Entre os líderes da oposição, era o único a ter passado pelo Kremlin, tendo sido vice-primeiro-ministro e Ministro da Energia no governo de Boris Iéltsin nos anos 1990, além de governador da cidade de Níjni Novgorod. Nemtsov não era unanimidade no campo oposicionista, mas era saudado como um crítico incansável de Vladimir Putin.

Boris Nemtsov era uma das principais figuras de oposição na Rússia.
Boris Nemtsov era uma das principais figuras de oposição na Rússia. Reuters/Mikhail Voskresensky/Files
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Veronika Dorman, correspondente da RFI em Moscou.

Após cair em desgraça com a chegada de Putin ao poder, Nemtsov criou um partido de oposição, a União das Forças de Direita, que encerrou suas atividades em 2008. Nos últimos anos, ele era um dos presidentes do partido de oposição Parnas (Partido da Liberdade do Povo) e também líder do movimento Solidarnost, ao lado do antigo campeão do mundo de xadrez Gary Kasparov.

No ano passado, Nemtsov denunciou casos de corrupção por trás dos altos custos da organização dos Jogos Olímpicos de Inverno em Sáchi. Nas últimas semanas, ele protestava também contra a desestabilização da Ucrânia promovida pelo governo Putin.

Marcha seria no domingo

Essa era a causa que o levou a uma rádio russa na noite de sexta-feira, pouco antes de ser assassinado: convocar os ouvintes a participar de uma manifestação contra a guerra na Ucrânia, no próximo domingo.

Nesta última entrevista, Boris Nemtsov também comentou a situação da deputada e militar ucraniana Nadia Savtchenko, que está em greve de fome há mais de dois meses, em protesto contra sua prisão na Rússia. “O nível de sadismo e crueldade contra Nadia ultrapassa todos os limites”, disse Nemtsov.

“Ela é o símbolo da resistência da Ucrânia. Se alguma coisa acontecer a ela, será culpa de Putin, mas não dos russos”, completou, antes de convocar: “É preciso que um milhão de pessoas saiam às ruas”.

 

 

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