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Grécia/ eleições

Tsipras propõe programa de 4 anos para recuperar economia da Grécia

O líder do partido de extrema esquerda Syriza, Alexis Tsipras, vencedor das eleições legislativas antecipadas neste domingo (25) , disse que vai propor um programa de investimentos de 4 anos para recuperar a economia do país. O atual chefe de governo, Antonis Samaras, da Nova Democracia, reconheceu a derrota nas urnas.Tsipras afirmou que o resultado indica que “o povo grego deixou a austeridade para trás” e prometeu que, a partir de agora, a Grécia “vai definir o seu próprio plano de reformas e mudanças”.

Líder do Syriza, Alexis Tsipras, no discurso da vitória, em Atenas.
Líder do Syriza, Alexis Tsipras, no discurso da vitória, em Atenas. REUTERS/Marko Djurica
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Da enviada especial da RFI a Atenas

Alexis Tsipras discursou diante de milhares de militantes que foram festejar a vitória na praça onde fica a sede do partido, no centro de Atenas. “O novo governo está disposto a cooperar e negociar com seus sócios europeus uma solução justa, sustentável e benéfica para que a Grécia deixe de ser um país endividado e a Europa volte a ser um continente de desenvolvimento, coesão social e solidariedade”, declarou o líder.

Tsipras disse que vai dialogar de forma “franca” com os parceiros europeus e apresentar um programa de reformas com um plano financeiro de 4 anos. “Mas não vou aceitar que exijam da Grécia metas impossíveis e o reembolso de parcelas da dívida que não permitiriam reorganizar a produção do país”, destacou.

Para o futuro chefe de governo da Grécia, o sucesso eleitoral do Syriza representa “uma vitória para todos os povos da Europa que lutam contra as políticas de austeridade que destroem os países”.

Samaras reconhece a derrota

O primeiro-ministro derrotado na votação, Antonis Samaras, do partido conservador Nova Democracia, afirmou que deixa o governo com a consciência tranquila. “Recebemos um país à beira da catástrofe e evitamos o pior ao superar os déficits”, avaliou. Samaras considera que restabeleceu a confiança e a credibilidade da Grécia no exterior. “Posso ter cometido erros e injustiças, mas sempre disse a verdade aos gregos”, enfatizou.

O ex-premiê socialista Georges Papandreou foi o primeiro a reconhecer o fracasso eleitoral. O partido que ele criou especialmente para disputar estas eleições não elegeu nenhum deputado. O ex-premiê pediu que os resultados da votação sejam respeitados e sugeriu ao Syriza que submeta a referendo as propostas de renegociação da dívida grega, principal ponto do programa do partido vitorioso.

O novo Parlamento grego será composto de sete partidos. Com 65% das urnas apuradas, o Syriza tinha 36,08% dos votos, o equivalente a 149 deputados no Parlamento. Em segundo lugar, os conservadores da Nova Democracia recolheram 28,10% dos votos, elegendo 77 deputados.

Os neonazistas do Aurora Dourada podem se tornar a terceira força do Parlamento grego, com 6,35% e 17 deputados. O pequeno partido de centro-esquerda To Potami aparecia em quarto lugar, com 5,92% e 16 cadeiras, seguido pelos comunistas do KKE (15 eleitos), pelos socialistas do Pasok (13) e dos nacionalistas de direita Gregos Independentes (13). Os líderes do To Potami e Gregos Independentes indicaram estar dispostos a formar um governo com o Syriza.

Desempregados elegem a extrema-esquerda

Os gregos mandaram um recado claro nas urnas: eles preferiram correr o risco de colocar um partido novo no governo, radical, sem experiência administrativa do que reeleger os mesmos políticos que levaram 1,5 milhão de gregos ao desemprego.

Segundo uma pesquisa feita pelo instituto Alco logo após a votação, 45,3% dos desempregados votaram no Syriza. Apenas 18,4% dos gregos que estão sem trabalho escolheram candidatos da Nova Democracia, que passou dois anos no governo.
 

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