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Rússia/Censura

Tribunal de Moscou decide manter roqueiras anti-Putin na cadeia

Um tribunal de Moscou decidiu, nesta sexta-feira, manter as três integrantes da banda de punk rock russa Pussy Riot presas. Elas foram detidas há quatro meses por terem feito uma “oração punk” contra o presidente russo Vladimir Putin em uma catedral de Moscou.

As integrantes da banda de punk rock Pussy Riot Nadezhda Tolokonnikova (C), Maria Alyokhina (D) and Yekaterina Samutsevich, durante o julgamento em Moscou nesta sexta-feira (20).
As integrantes da banda de punk rock Pussy Riot Nadezhda Tolokonnikova (C), Maria Alyokhina (D) and Yekaterina Samutsevich, durante o julgamento em Moscou nesta sexta-feira (20). REUTERS
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Nadejda Tolokonnikova, 22 anos, Ekaterina Samoutsevitch, 29 anos, e Maria Alekhina, 24 anos, que podem ser condenadas a até sete anos de prisão, ficarão presas pelo menos até dia 12 de janeiro, aguardando jultamento, precisou Daria Liakh, uma porta-voz do tribunal Khamovnitcheski, que satisfez assim um requerimento da promotoria.

“Nós vamos apelar dessa decisão”, declarou Mark Feiguin, um dos advogados das cantoras, à agência Interfax. A banda denuncia que o estado russo comandou a condenação. A próxima audiência preliminar do processo está agendada para segunda-feira, precisou um porta-voz do tribunal.

Durante esta audiência, os magistrados definirão sobre as demandas dos advogados de defesa que querem convocar como testemunhas aproximadamente 30 pessoas, entre elas Vladimir Putin e o patriarca ortodoxo de Moscou e de todas as Rússias, Kirill.

As jovens são processadas pelo concerto que fizeram na Catedral do Cristo Salvador, na capital russa. Elas estavam encapuzadas e com guitarras e sonorização, realizaram uma “missa punk” sob o título de “Maria mãe de Deus, casse Putin!”. O espetáculo suscitou numerosas reações de desaprovação, em um país que vive uma renovação religiosa desde a queda do regime soviético, em 1991.

O patriarcado de Moscou adotou uma posição extremamente firme em relação ao caso, e vários militantes ortodoxos pediram punições para os participantes do show, que consideram blasfematório.

Até mesmo a Promotoria usou termos religiosos, no ato de acusação, falando de um “sacrilégio” cometido por três jovens mulheres, que “insultaram” e “causaram ferimentos morais profundos nos cristãos ortodoxos”.

Numerosas personalidades russas, que dizem fazer parte da comunidade ortodoxa, defendem a banda. No fim de junho, mais de 100 artistas russos muito conhecidos no país, publicaram uma carta aberta na qual eles pediam a libertação das três cantoras, afirmando que o processo “desacredita o sistema judiciário russo”.

Dezenas de militantes se reuniram na sexta-feira nos arredores do tribunal para demonstrar seu apoio ao grupo.
 

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