Portugal acerta pacote de ajuda mais favorável do que Grécia e Irlanda
Portugal anunciou ter chegado a um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia para um empréstimo de 78 bilhões de euros (R$ 184 bilhões) nos próximos 3 anos.
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O pacote econômico de ajuda de 78 bilhões de euros a Portugal, negociado pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o FMI com o governo português, aparentemente vai exigir menos sacrifícios aos portugueses do que aos gregos e irlandeses. O premiê José Sócrates garantiu que para este ano não serão necessárias novas medidas de austeridade, além das já apresentadas e rejeitadas pelo parlamento em março.
Há meses Sócrates tenta convencer os portugueses a aceitar uma série de cortes drásticos nas contas públicas, como a redução das pensões e aposentadorias, das despesas com saúde e a diminuição do seguro-desemprego. A impopularidade do plano levou o premiê a pedir demissão. Portugal terá eleições antecipadas no dia 5 de junho e caberá ao novo governo endossar o pacote negociado com a União Europeia e o FMI.
O plano de ajuste, em três anos, dilatou as metas do orçamento português até 2013. Este ano, a redução do déficit público deve atingir 5,9% do PIB (Produto Interno Bruto), em vez de 4,6% previstos inicialmente, 4,5% em 2012 e 3% em 2013, o patamar fixado no pacto de estabilidade da União Europeia.
Analistas estimam que para avaliar se o plano é realmente favorável aos portugueses falta conhecer a taxa de juros do empréstimo. Mas o anúncio do acordo, na noite de terça-feira, já teve um efeito benéfico. Na manhã desta quarta-feira, os mercados estão oferecendo a Portugal taxas de juros mais baixas para empréstimos com vencimento em 2 e 10 anos. O acordo fechado com o governo português também gera uma queda nas taxas de juros oferecidas pelos mercados à Grécia e à Irlanda.
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