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Le Monde critica organização da Copa do Mundo no Brasil

Matéria publicada no site do jornal francês mostra-se temerosa quanto aos atrasos nas construções e na atual deficiência do setor aeroportuário brasileiro. Jornal faz um panorama da atual situação em que país se encontra para a organização das duas competições.

Estágio da obra no Maracanã, no Rio de Janeiro, em abril de 2011.
Estágio da obra no Maracanã, no Rio de Janeiro, em abril de 2011. Vanessa Cristani/Portal 2014
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Flávio Botelho, em colaboração para a RFI

O jornal francês "Le Monde" lançou um alerta sobre a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, que acontecerão no Brasil. A manchete da matéria, publicada no site do jornal, lança uma pergunta: "O Brasil tem o olho maior do que a barriga?" No texto, entrevistas com sindicatos de engenharia e do setor aéreo brasileiro, além da versão de Carlos Arthur Nuzman, presidente do comitê organizador das Olimpíadas de 2016, fazem um panorama do cenário atual da organização brasileira.

O texto começa especificando o desafio que o país terá em organizar os dois maiores eventos esportivos do mundo em um curto espaço de tempo. O "Le Monde" faz uma análise do atraso na modernização dos estádios brasileiros, citando o caso do estádio de São Paulo, o Itaquerão, que tinha início de construção previsto para dezembro, mas ainda não começou a ser construído. O embróglio entre a Fifa e o estádio do Morumbi, que acabou na opção do novo estádio em Itaquera, também foi citado.

O jornal também corrobora a hipótese de o Maracanã, que passa por reformas, de ser o palco da abertura e da decisão da Copa do Mundo, indo de contra à vontade da CBF, que deseja ver o início da competição no futuro estádio de Itaquera. O presidente do sindicato nacional de engenharia e de arquitetura, José Roberto Bernasconi, justifica o atraso com o caso da África do Sul, que também teve atrasos na construção de alguns dos estádios para a Copa do Mundo de 2010.

Caos aéreo também preocupa

Além do atraso nas obras, outra preocupação do jornal é com a deficiente infraestrutura aeroportuária brasileira para receber os espectadores de ambas as competições. O "Le Monde" cita o fato de que 9 aeroportos de cidades-sede da Copa do Mundo têm previsão de conclusão em 2017, ou seja, após mesmo o fim dos Jogos Olímpicos. Outro questionamento lançado pelo jornal francês é de onde virão os R$ 130 bilhões prometidos pelo governo para acelerar os processos de modernização e construção específicos para as competições.

O jornal deixa claro que essa é uma situação crônica no Brasil e que já é tempo de se pensar em alternativas, como a construção de terminais provisórios para atender a futura demanda de passageiros. Pelo lado do governo, há a promessa de que os aeroportos estarão prontos para a Copa do Mundo. O "Le Monde" cita a decisão da presidente Dilma Rousseff em abrir a modernização das infraestruturas aeroportuárias ao capital privado, quebrando o monopólio da Infraero no setor.
 

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