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Grécia/ economia

Grécia recusa proposta de acordo com credores e critica FMI

O primeiro-ministro grego, Aléxis Tsipras, acusou o FMI (Fundo Monetário Internacional) de bloquear as negociações que evitariam Atenas decretar uma moratória na semana que vem. Na véspera de uma série de reuniões decisivas sobre o futuro do plano de ajuda financeira ao país, o governo grego recusou uma contraproposta de acordo apresentada pelos credores internacionais.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, se reúne com os líderes da UE, BCE, FMI: Jean-Claude Juncker, Mario Draghi e Christine Lagarde.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, se reúne com os líderes da UE, BCE, FMI: Jean-Claude Juncker, Mario Draghi e Christine Lagarde. REUTERS/Yves Herman
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A caminho de Bruxelas, onde acontece a reunião dos ministros das Finanças da zona do euro nesta quarta-feira (24), Tsipras criticou “a insistência de algumas instituições que não aceitam as medidas compensatórias” apresentadas pelo país, segundo relatou uma fonte do poder grego à agência AFP. Em Atenas, o governo informou ter recusado uma contraproposta oferecida pelos credores internacionais, que incluiria exigências do FMI, como o aumento do imposto sobre o consumo e cortes mais altos nos gastos públicos.

“A recusa de medidas compensatórias jamais ocorreu – nem na Irlanda, nem em Portugal; em lugar nenhum”, disse Tsipras, citando dois países que receberam ajuda financeira do FMI.

A Grécia e os credores – além do FMI, também a União Europeia e o Banco Central europeu – precisam chegar a um acordo até o dia 30 de junho, quando Atenas deve reembolsar quatro parcelas das dívidas junto ao FMI. Sem o acerto, que pode resultar no desbloqueio de uma fatia de ajuda de € 7,2 bilhões ao país, a Grécia não vai conseguir honrar o pagamento, de cerca de € 1,5 bilhão.

O governo grego ofereceu um aumento de cerca de € 8 bilhões nos impostos e medidas de austeridade ao longo dos dois próximos anos. Além disso, Tsipras está inclinado a elevar o Imposto sobre Valor Agregado, o IVA, no setor de Turismo, reformar as aposentadorias precoces e criar um imposto especial para os ricos. Em troca, a Comissão Europeia estaria pronta a desembolsar € 35 bilhões para estimular o crescimento e emprego no país.

Esperanças reduzidas

O primeiro-ministro grego se encontraria nesta tarde com os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, do Banco Central Europeu, Mario Draghi, e a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.

As esperanças de que as duas partes se entendam ainda nesta semana se reduziram durante a tarde desta quarta-feira. O porta-voz do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, afirmou que “ainda resta um longo caminho” até um acordo. “Só será possível uma solução que for aprovada pelas três instituições”, declarou o porta-voz. “Isso vale em particular para o FMI.”

Uma fonte próxima aos credores fez afirmações no mesmo sentido. “Ainda é tudo muito incerto. Ainda não temos acordo”, disse.

O que querem os credores

Segundo o governo grego, os credores internacionais insistem nas seguintes propostas: aumento de 13% para 23% do IVA nos restaurantes; corte de vantagens fiscais aplicadas às ilhas gregas; redução de € 400 bilhões, e não € 200 bilhões, como propõe Atenas, dos gastos do governo com armamentos; elevação da contribuição de saúde pelos aposentados; fim das chamadas pré-aposentadorias e aumento da idade mínima para a aposentadoria a partir de 2022, e não 2025, como deseja Atenas.

 

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